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Boto


vb. criado em 06/06/2013, 20h00m.

Nenhum animal amazônico é objeto de tantas histórias quanto o boto. Acreditam os folcloristas que as lendas não têm origem indígena, ao contrário do que se pensa, mas teriam sido criadas pela imaginação do colono português.

Boto é o personagem mitológico da Amazônia que se transforma de cetáceo em homem para praticar estripulias entre as mulheres ribeirinhas. Seduz as moças que vivem às margens dos cursos d'água amazônicos e é responsável por todos os filhos de paternidade ignorada. Nas primeiras horas da noite, transforma-se num belo rapaz branco, alto e forte, que dança muito bem e gosta de beber. Vai aos bailes e freqüenta reuniões, onde encontra as moças que por ele se apaixonam. Comparece pontualmente aos encontros que marca com elas, mas antes de clarear o dia salta para dentro do rio e volta a assumir a forma de boto. Dizem algumas versões do mito que o boto, quando está transformado em homem, nunca tira o chapéu branco para que não lhe vejam o orifício que tem no alto da cabeça.

Outras histórias misteriosas são atribuídas ao boto. Uma versão, das mais antigas, diz que ele tem o hábito de assumir forma de mulher, de cabelos longos até o joelho, que sai a passear à noite e encaminha os rapazes para o rio, onde os afoga. A associação do boto, ou delfim, aos assuntos amorosos remonta à antiguidade. Grécia e Roma consagraram-no a Afrodite e Vênus, porque os movimentos de seu deslocamento na água, levantando e abaixando o dorso, sugerem movimentos do ato sexual.

(f.: Barsa CD v. 1.11 (1995). Baseada na Nova Enciclopédia Barsa. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações (1 CD))
ENCYCLOPAEDIA V. 51-0 (11/04/2016, 10h24m.), com 2567 verbetes e 2173 imagens.
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