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Curupira
vb. criado em 06/06/2013, 20h01m.
Um dos seres mais curiosos do folclore brasileiro é o Curupira, representado como um anão, duende ou moleque de cabeleira ruiva e pés invertidos, com os dedos para trás e calcanhares para a frente. Protetor das árvores, tornou-se, por extensão, senhor dos animais e nume da caça.
O Curupira personifica o rumor da floresta e as incertezas de quem se aventura mata adentro. Caracteriza-se sobretudo pela esperteza: para iludir perseguidores, deixa rastros falsos no chão e, com sinais mentirosos, engana caçadores e andarilhos, levando-os a se perderem na mata. Em troca de comida sem pimenta ou alho, que detesta, é capaz de pactuar com caçadores, dando-lhes armas infalíveis e exigindo absoluto segredo quanto às coisas tratadas. É um dos poucos casos de oferenda propiciatória que se verifica entre os índios brasileiros.
É dos mitos mais antigos do Brasil, como atestam as referências feitas a ele por Anchieta, em carta escrita em São Vicente SP, em 30 de maio de 1560: "É coisa sabida e pela boca de todos corre que há certos demônios, a quem os brasis chamam Curupira, que acometem aos índios muitas vezes no mato, dão-lhes de açoites, machucam-nos e matam-nos. São testemunhas disto os nossos irmãos que viram algumas vezes os mortos por eles. Por isso, costumam os índios deixar em certo caminho, que por ásperas brenhas vai ter ao interior das terras, no cume da mais alta montanha, quando por cá passam, penas de aves, abanadores, flechas e outras coisas semelhantes, como uma espécie de oblação, rogando fervorosamente aos Curupiras que não lhes façam mal."
O mito, segundo Câmara Cascudo, é comum aos tupis-guaranis e assume diferentes aspectos externos. Na Amazônia, o Curupira ora mede quatro palmos de altura, ora é calvo e de corpo cabeludo. Às vezes, apresenta um imenso pênis.
f.: Barsa CD v. 1.11 (1995). Baseada na Nova Enciclopédia Barsa. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações (1 CD).
ENCYCLOPAEDIA V. 51-0 (11/04/2016, 10h24m.), com 2567 verbetes e 2173 imagens.
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