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Enamorado


index do verbete

kiema

Tarô mitológico: Páris

VI. Os Namorados (Os Enamorados ou Os Amantes) O Arcano da Iniciação, da Castidade e do Livre-arbítrio

Um homem, entre duas mulheres, é visado por uma flecha que parece pronta para ser disparada por um anjo, Cupido, à frente de um disco solar. O homem, no centro do grupo, olha para a mulher da esquerda. Ele tem cabelos louros, as pernas descobertas, e sua vestimenta é uma túnica de listas verticais, com mangas e um cinto amarelo. Vê-se apenas uma das suas mãos, a direita, à altura do cinto.

A mulher da direita, com os cabelos louros soltos sobre os ombros, tem um rosto jovem, fino. A mão esquerda está pousada sobre o peito do homem, enquanto a direita aponta para baixo, de modo que os braços estão cruzados.

A outra mulher, a da esquerda, está representada de costas, mas o rosto aparece de perfil. Tem cabelos que escapam livremente de um curioso chapéu. Dirige a mão direita para a terra e pousa a esquerda sobre o ombro do jovem.

O anjo, de cabelos louros e asas azuis, segura uma flecha branca com uma das mãos enquanto com a outra segura um arco da mesma cor.

Do disco solar surgem 24 raios pontiagudos, um dos quais é superposto pela asa do anjo.

Significados simbólicos

Sentimento. Livre arbítrio. Maioridade. Prova. Escolha. Encadeamento, enredo, abraço,

luta, antagonismo, combinação, equilíbrio.

Matrimônio, ligação, união. Integração de ambos os sexos ao poder gerador do universo.

Interpretações usuais na cartomancia

Decisão voluntária, eleição. Votos, aspirações, desejos. Exame, deliberações, responsabilidades. Afetos.

Mental: Amor pelas belas formas e pelas artes plásticas.

Emocional: Dedicação e sacrifícios.

Físico: Os desejos, o amor, o sacrifício pela pátria ou pelos ideais sociais, assim como todos os sentimentos manifestados fortemente no plano físico.

É a carta da união e do matrimônio. Representa para os consulentes de ambos os sexos, também, a infidelidade; em certos casos, a iminência de uma escolha a ser realizada.

Sentido negativo: Ruptura, separação, corte, desordem. Divórcio. Prova a ser suportada. Dúvida, falta de resolução. Tentação perigosa, risco de ser seduzido. Má conduta, libertinagem. Debilidade, falta de heroísmo.

Infidelidade, maus relacionamentos, indecisão e impotência.

História e iconografia

Em vasos e quadros da época romana, encontra-se com freqüência a imagem de um casal de namorados ante uma terceira pessoa ou elemento (em geral um Cupido).



O Arcano VI parece referir-se de forma alegórica a uma idéia diferente: a famosa parábola de Hércules na encruzilhada entre a Virtude e o Vicio, tal como conta Xenofonte nas suas lembranças de Sócrates. É bem provável que esta parábola – e suas variantes, como a de Luciano, o Jovem, disputado pela Arte e pela Ciência, entre as mais conhecidas – tenha sido popular na Idade Média, visto que é citada por vários autores dessa época (Cícero, no Tratado dos Deveres; São Basílio, no seu Discurso aos Jovens).

A idéia fundamental deste tema – ou seja, a necessidade de escolha entre dois caminhos – encontra-se igualmente em muitas imagens cristãs. Pode-se citar como exemplo uma miniatura bizantina do século X, onde Davi está representado entre duas mulheres que simbolizam a Sabedoria e a Profecia: a pomba que pousa sobre a cabeça do rei lembra em muito o Cupido do Arcano VI.

A antiguidade desta parábola é indiscutível, mesmo que as suas representações gráficas mais remotas não tenham chegado até nos. Na vida de Apolônio de Tiana, narrada por Filostrates no final do século II, há uma curiosa passagem em que um sábio egípcio diz a Apolônio:

“Tu conheces, nos livros de imagens, a representação de Hércules em que ele, jovem, ainda não escolheu o seu caminho. O Vício e a Virtude o rodeiam, tentam atraí-lo, cada um o quer para si...”

Davi, entre a Sabedoria e a Profecia

É preciso remontar mais uma vez aos pitagóricos para encontrar o simbolismo gráfico do tema, representado entre eles pela letra Y, emblema da escolha vital que todo homem realiza no final da infância.

O traço da metade inferior da letra Y representaria precisamente a infância, isenta de vícios ou virtudes; os braços que partem da bifurcação da letra representariam cada uma dessas tendências, enquanto que o ponto onde a bifurcação se produz seria o momento exato em que a puberdade se manifesta.

É comum encontrar nos manuscritos medievais esta referência à letra Y: “bifurcação, ou letra de Pitágoras”. Não é casual, assim, que alguns desenhos modernos do Tarô mencionem esta lâmina como A Dúvida ou A Prova.



Estrela de Davi ou Selo de Salomão


Esse mesmo significado é mencionado no Antigo Testamento – no Deuteronômio, no primeiro dos Salmos, e mais explicitamente ainda em Jeremias. A idéia não reaparece no Novo Testamento, mas sim no começo dos Ensinamentos dos Doze Apóstolos, texto não canônico, presumivelmente composto por volta do século II: “Dois são os caminhos; um leva à Vida e outro à Morte”.

Uma interpretação totalmente diferente vê nessa estampa o ato do compromisso matrimonial dos noivos diante do sacerdote. Alguns dos célebres pintores renascentistas – Rafael, Perugino – deram testemunho dessa cerimônia na vida da Virgem.

Wirth vê no Enamorado a primeira fase individual da trajetória iniciática, quando o homem terminou a sua formação, mas não começou ainda o seu trabalho.

Outra vertente de interpretação menciona o simbolismo sexual do “senário”, partindo do sentido literal do nome da Carta.

“Entre os pitagóricos – disse Clemente de Alexandria – o seis é um numero sexual, chamando-se por esta razão O Matrimônio”.

Nas analogias geométricas, o Enamorado se identifica ao selo de Salomão, ou seja, tem claro vínculo com cópula dos triângulos entrelaçados.

Do ponto do vista psicológico, é sem dúvida a metáfora mais transparente do caminho para a identidade, que só se realiza no conflito e no intercâmbio com o mundo e com os outros.

chevalier & Gheerbrant



Sexto arcano maior do Tarô, o Amoroso simboliza essencialmente a dificuldade de escolha que enfrenta o adolescente quando chega á encruzilhada da puberdade. O seu caminho até ali era um, mas eis que esse caminho se separa em dois: direita e esquerda. Qual escolher? É o Y pitagórico. O número seis, que lhe está associado, sublinha em primeiro lugar o aspecto sexual deste símbolo: o senário, diz Clemente de Alexandria, é um número sexual, e por esta razão atrai o casamento. A escolha implica antagonismos e o desejo de os ultrapassar pela união.

Um jovem está no centro desta lâmina, vestido com uma túnica ás risca verticais azuis, vermelhas e amarelas. Duas mulheres emolduram-no: à sua esquerda, uma mulher loura, com um vestido azul e uma capa também azul com as orlas vermelhas, dirige a mão esquerda para o peito do rapaz, ao passo que a palma da outra mão está voltada para baixo. À direita do Amoroso, uma mulher vestida de vermelho com grandes manchas azuis, cabelos azuis sob uma espécie de toucado ou coroa amarela, põe a mão esquerda no ombro direito do jovem e tem a outra aberta voltada para o chão. A primeira destas mulheres é sedutora; a segunda, de nariz comprido, tem um ar severo e envelhecido. No entanto, é para esta que o Amoroso olha. Por cima dele está um anjo ou um Eros-Cupido de asas azuis no centro de um círculo solar de raios azuis, amarelos e vermelhos; segura um arco e uma flecha branca que aponta para o jovem.

Todos os comentadores do Tarô recordam aqui a parábula de Hércules na encruzilhada, tendo de escolher entre o Vício e a Virtude, ou a tradição órfica e pitagórica do caminho seguido pela alma depois da morte, no momento em que, numa bifurcação, ela tem de escolher entre o caminho da esquerda, que na realidade conduz aos Infernos, e o da direita, que leva aos Campos dos Bem-Aventurados. Só um dos caminhos conduz á felicidade real; cabe-nos a nós saber escolhê-lo. A flecha, símbolo dinâmico e decisivo, vector de sol e de luz intelectual que ajuda a 8 resolver os problemas de ambivalência, está para guiar o Amoroso ou ditar-lhe a sua escolha. Neste caso pretende separá-lo das seduções ilusórias.

Mas esta lâmina simboliza também os valores afectivos e a projecção da dupla imagem que o homem tem da mulher; Vénus Urânia ou Vénus das encruzilhadas, anjo ou demónio, inspiradora de amor carnal ou platónico, não cessa de se revestir de múltiplas formas diante das quais o homem hesita, porque, no fundo, não se conhece a si próprio: quer o homem esconda um conflito inexprimido, quer ele esteja hesitante diante os termos de um conflito cuja expressão começa a nascer, resta-lhe em primeiro lugar proceder à tomada de consciência perfeita dos elementos que o dilaceram, e em seguida da sua objectivação, isto é, o acesso a uma posição que o torna independente em relação a eles. Só então é possível uma síntese construtiva; tal é a dialéctica fundamental de qualquer progresso da consciência. E esta, é também, poderíamos acrescentar, uma das lições simbólicas dada pelo Amoroso, este Eu afectivo diante do qual se vêm colocar e resolver as nossas escolhas.

pjm



A carta dos Enamorados ou Namorados ou Amantes, é o sexto Arcano Maior do Tarot e é uma carta dupla: pode representar um homem dividido entre duas mulheres mas também pode representar simplesmente um casal. A carta remete para uma escolha, também pode simbolizar "o pecado". Tem o número VI e a letra hebraica Zain.

Simbologia

No Tarot de Marselha, vemos um homem, entre duas mulheres, é visado por uma flecha que parece pronta para ser disparada por um anjo, Cupido, à frente de um disco solar. O homem, no centro do grupo, olha para a mulher da esquerda. Ele tem cabelos louros, as pernas descobertas, e sua vestimenta é uma túnica de listas verticais, com mangas e um cinto amarelo. Vê-se apenas uma das suas mãos, a direita, à altura do cinto. A mulher da direita, com os cabelos louros soltos sobre os ombros, tem um rosto jovem, fino. A mão esquerda está pousada sobre o peito do homem, enquanto a direita aponta para baixo, de modo que os braços estão cruzados. A outra mulher, a da esquerda, está representada de costas, mas o rosto aparece de perfil. Tem cabelos que escapam livremente de um curioso chapéu. Dirige a mão direita para a terra e pousa a esquerda sobre o ombro do jovem.

O anjo, de cabelos louros e asas azuis, segura uma flecha branca com uma das mãos enquanto com a outra segura um arco da mesma cor. Do disco solar surgem 24 raios pontiagudos, um dos quais é superposto pela asa do anjo.

No Tarot de Rider-Waite, vemos a expulsão de Adão e Eva do paraíso e uma referência clara ao Caminho de Zain, separando os Mundos através do Abismo.

Palavras-chave

Sentimento. Livre arbítrio. Maioridade. Prova. Escolha. Encadeamento, enredo, abraço, luta, antagonismo, combinação, equilíbrio. Matrimônio, ligação, união. Integração de ambos os sexos ao poder gerador do universo. Decisão voluntária, eleição. Votos, aspirações, desejos. Exame, deliberações, responsabilidades. Afetos.

Mental: Amor pelas belas formas e pelas artes plásticas.

Emocional: Dedicação e sacrifícios.

Físico: Os desejos, o amor, o sacrifício pela pátria ou pelos ideais sociais, assim como todos os sentimentos manifestados fortemente no plano físico. É a carta da união e do matrimônio. Representa para os consulentes de ambos os sexos, também, a infidelidade; em certos casos, a iminência de uma escolha a ser realizada.

Sentido negativo: Ruptura, separação, corte, desordem. Divórcio. Prova a ser suportada. Dúvida, falta de resolução. Tentação perigosa, risco de ser seduzido. Má conduta, libertinagem. Debilidade, falta de heroísmo. Infidelidade, maus relacionamentos, indecisão e impotência.

História e iconografia

Em vasos e quadros da época romana, encontra-se com freqüência a imagem de um casal de namorados ante uma terceira pessoa ou elemento (em geral um Cupido).

O Arcano VI parece referir-se de forma alegórica a uma idéia diferente: a famosa parábola de Hércules na encruzilhada entre a Virtude e o Vicio, tal como conta Xenofonte nas suas lembranças de Sócrates. É bem provável que esta parábola – e suas variantes, como a de Luciano, o Jovem, disputado pela Arte e pela Ciência, entre as mais conhecidas – tenha sido popular na Idade Média, visto que é citada por vários autores dessa época (Cícero, no Tratado dos Deveres; São Basílio, no seu Discurso aos Jovens).

A idéia fundamental deste tema – ou seja, a necessidade de escolha entre dois caminhos – encontra-se igualmente em muitas imagens cristãs. Pode-se citar como exemplo uma miniatura bizantina do século X, onde Davi está representado entre duas mulheres que simbolizam a Sabedoria e a Profecia: a pomba que pousa sobre a cabeça do rei lembra em muito o Cupido do Arcano VI.

A antiguidade desta parábola é indiscutível, mesmo que as suas representações gráficas mais remotas não tenham chegado até nos. Na vida de Apolônio de Tiana, narrada por Filostrates no final do século II, há uma curiosa passagem em que um sábio egípcio diz a Apolônio:

“Tu conheces, nos livros de imagens, a representação de Hércules em que ele, jovem, ainda não escolheu o seu caminho. O Vício e a Virtude o rodeiam, tentam atraí-lo, cada um o quer para si...”

É preciso remontar mais uma vez aos pitagóricos para encontrar o simbolismo gráfico do tema, representado entre eles pela letra Y, emblema da escolha vital que todo homem realiza no final da infância.

O traço da metade inferior da letra Y representaria precisamente a infância, isenta de vícios ou virtudes; os braços que partem da bifurcação da letra representariam cada uma dessas tendências, enquanto que o ponto onde a bifurcação se produz seria o momento exato em que a puberdade se manifesta.

É comum encontrar nos manuscritos medievais esta referência à letra Y: “bifurcação, ou letra de Pitágoras”. Não é casual, assim, que alguns desenhos modernos do Tarô mencionem esta lâmina como A Dúvida ou A Prova.

Esse mesmo significado é mencionado no Antigo Testamento – no Deuteronômio, no primeiro dos Salmos, e mais explicitamente ainda em Jeremias. A idéia não reaparece no Novo Testamento, mas sim no começo dos Ensinamentos dos Doze Apóstolos, texto não canônico, presumivelmente composto por volta do século II: “Dois são os caminhos; um leva à Vida e outro à Morte”.

Uma interpretação totalmente diferente vê nessa estampa o ato do compromisso matrimonial dos noivos diante do sacerdote. Alguns dos célebres pintores renascentistas – Rafael, Perugino – deram testemunho dessa cerimônia na vida da Virgem.

Wirth vê no Enamorado a primeira fase individual da trajetória iniciática, quando o homem terminou a sua formação, mas não começou ainda o seu trabalho.

Outra vertente de interpretação menciona o simbolismo sexual do “senário”, partindo do sentido literal do nome da Carta.

“Entre os pitagóricos – disse Clemente de Alexandria – o seis é um numero sexual, chamando-se por esta razão O Matrimônio”.

Nas analogias geométricas, o Enamorado se identifica ao selo de Salomão, ou seja, tem claro vínculo com cópula dos triângulos entrelaçados.

Do ponto do vista psicológico, é sem dúvida a metáfora mais transparente do caminho para a identidade, que só se realiza no conflito e no intercâmbio com o mundo e com os outros.

Variações

Alguns tarots associam erroneamente este arcano à letra Cheth.

Alguns Tarots chamam este Arcano de OS AMANTES.

Muitas descrições esquisotéricas trazem referências errôneas dos amantes como tendo correlação entre amores fora do casamento, pessoas apaixonadas, namorados ou almas-gêmeas.

tcom



In many Tarot packs this card shows a man flanked by two women, one pure and respectable, the other beautiful and wanton. The figure above their heads is Cupid, his arrow pointing variously at one of the three people below him. The symbolism is clear: having recognized the need for male to unite with female at the level of the inner self, the choice is now between the two versions of femininity: on the one hand the virginal and sacred (The Priestess), and on the other the fertile and material (The Empress). The Waite pack shows a naked man and woman, with an androgynous winged figure above their heads - representing the coming together of the fully integrated male with the fully integrated female. The winged figure is that part of the inner self which is beyond male and female, and which both brings about, and is born from, the union of polar opposites.

Divinatory meaning: attraction, love, partnership, impending choice. Reversed: indecision, problems in a relationship, aversion.
ENCYCLOPAEDIA V. 51-0 (11/04/2016, 10h24m.), com 2567 verbetes e 2173 imagens.
INI | ROL | IGC | DSÍ | FDL | NAR | RAO | IRE | GLO | MIT | MET | PHI | PSI | ART | HIS | ???