810-870. A verdadeira filosofia não passa de religião e reciprocamente. Fé associada à razão [1]. Concebia o homem como um microcosmo do universo: com os sentidos, percebe o mundo; com a razão estabelece as causas e os efeitos das coisas; e com o intelecto contempla Deus. A razão (ou seja, a filosofia) era uma forma de se chegar à verdade tão boa quanto a teologia (ou seja, a revelação ou a fé). E, como ambas eram maneiras de se chegar à verdade, jamais se contradiziam de fato. Sustentava que a religião verdadeira era filosofia legítima – mas que a recíproca também era verdadeira, o que provocou furor na Igreja e foi condenado em nada menos de dois concílios, tachado de “a baboseira de Escoto” [2].