1926-1984. "O homem é uma invenção recente". Nunca houve um único homem, mas vários, cada um definido pelas condições históricas do momento. "O homem não é o mais antigo nem o mais constante problema que tem desafiado o conhecimento humano".
Filosofia da história. Considerava-se arqueólogo. Investigava o que existe de mais profundo em uma cultura. A verdade histórica não é uma sequência rigorosa de causa e efeito, compreensível em qualquer época, mas o resultado de um confronto entre forças antagônicas que fazem sentido em determinado tempo. Para compreender antigos fenômenos temos que reconstituí-los da forma como foram vividos, fazendo uma história do presente. Nosso discurso é condicionado por regras inconscientes fixadas pelas condições históricas do momento [1], e esse conjunto constitui o que se chama senso comum. É preciso realizar uma arqueologia discursiva para entender a história do pensamento
O homem só surgiu como objeto de estudo no início do séc. XIX, e, pois, é uma invenção recente: a maneira como o senso comum de hoje emprega ideias como homem e humanidade não pode ser empregada utilmente em qualquer ponto prévio da história. E a ideia que temos de homem não é só recente, como também provisória: desaparecerá a qualquer momento, substituída por outra [2].
Epistemologia. E essa ideia moderna de homem é a de um ser paradoxal, que se enxerga simultaneamente como objeto no mundo (isto é, objeto de estudo) e sujeito que estuda o mundo [2].
Filosofia política. Por meio da expressão e da repressão a sociedade ocidental faz do sexo um instrumento de poder [1].