parent nodes: A Corte | Glossário de metafísica
Os Cavaleiros
index do verbete
A figura do cavaleiro talvez seja a mais rica quanto às possibilidades de relatos históricos, visto responder a um simbolismo relacionado ao ritual das ordens de cavalaria.
Neste sentido, é notável a coincidência entre o período de formação do Tarô e a histórica e lendária Ordem dos Templários, fundada sob os muros de Jerusalém, em 1118, e aniquilada pela aliança de Clemente V e Filipe, o Formoso, entre 1307 e 1314.
O caráter esotérico dos Templários, seus ritos, seus contatos comprovados com os sobreviventes orientais da gnosis alexandrina, e seu fim espetacular devem ter influído na visão que Les imagiers du Moyen Age projetaram sobre o Tarô.
A terrível conclamação de Jacques de Molay, na fogueira do suplício foi amplamente comentada entre os iniciados medievais e não é impossível que a sombra dos cavaleiros brancos tenha dado origem ao personagem que rompe o simbolismo trinitário e familiar das figuras do Tarô.
* Nota histórica: Jacques de Molay, Grande Mestre do Templo, foi queimado vivo em Paris, na manhã de 18 de março de 1314. No patíbulo, negou publicamente todas as acusações contra a Ordem dos Templários e convocou seus carrascos a comparecerem naquele mesmo ano ante o tribunal de Deus. Clemente V morreu em 20 de abril, apenas transcorrido um mês, e Filipe pouco mais tarde, a 29 de novembro de 1314.
Num sentido geral, podemos afirmar que o símbolo do cavalo está relacionado ao papel de intermediário entre o mundo inferior ou terrestre e o mundo do espírito ou Logos, representado pelo cavaleiro, aquele
que prevalece sobre a matéria. Esta figura encontrará sua explicitação nos arcanos maiores 6. Os Enamorados e 7. O Carro e, no aspecto iniciático, corresponde ao período dos trabalhos e dos esforços concretos para a realização. Psicologicamente, refere-se aos estados intermediários ou de transmutação, presentes também na fase transformadora da Grande Obra alquímica Três dos cavalos do Tarô são mais ou menos idênticos, de cor carne e com cascos azuis, mas o de paus é branco e seu corpo está coberto por uma manta. Somente um o Cavaleiro de Espadas traz armadura e elmo. Dois deles — o Cavaleiro de Paus e o de Ouros — estão com chapéu. O Cavaleiro de Copas é o único que se apresenta com a cabeça descoberta. Os quatro são jovens e sem barba, e levam a marca da sua série: os de copas e ouros na mão direita, e os outros dois na esquerda. Três dos cavalos andam da direita para a esquerda, mas o de ouros caminha na direção oposta.
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Todos os cavaleiros são a essência do elemento ar em cada naipe, representando liberdade, movimento, independência, coragem, comunicação e disponibilidade.
Cavaleiro de Espadas – procura a liberdade com jogo de cintura e sabe se comunicar muito bem.
Cavaleiro de Paus – procura um espaço com determinação; pode, também, anunciar ou divulgar algo em que acredita com firmeza.
Cavaleiro de Copas – expressão afetiva sem compromissos, liberdade para fazer o que gosta.
Cavaleiro de Ouros – procura se libertar de algo que o faz sentir-se preso, ou liberdade para algo que quer construir.
ENCYCLOPAEDIA V. 51-0 (11/04/2016, 10h24m.), com 2567 verbetes e 2173 imagens.
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