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Pigmalião
index do verbete
René Magritte. Tentando o impossível. 1928. Clique no link para ver a imagem em tamanho maior:rel://files/attempting-the-impossible-1928(1).jpg!Large.jpg
pga
A lenda de Pigmalião e Galatéia é originária da ilha de Chipre, onde havia um importante santuário dedicado a Afrodite, em Palea Pafos ("a antiga Pafos"), ativo até o século IV. "Pigmalião" é a versão grega de Pumayyaton, nome de um rei fenício que viveu em Tiro, entre -820 e -774.
No mito, Pigmalião (gr. Πυγμαλίων) era um exímio escultor cipriota que, horrorizado pelo comportamento indecente das mulheres de Chipre, optou por viver isolado e imerso em seu trabalho. Mas, como não era insensível à beleza feminina, esculpiu uma imagem de mulher, em marfim, para fazer-lhe companhia.
A figura esculpida era de uma beleza tão grande, trabalhada com tanta arte e parecia tão viva, que o escultor apaixonou-se por sua obra... Beijava-a, dava-lhe roupas e jóias, e chamava-a de Galatéia. Depois de algum tempo, tão atormentado ficou que implorou a Afrodite, durante um festival em sua honra, que lhe permitisse encontrar uma mulher igual à estátua de marfim.
A deusa ouviu a súplica e, benévola, atendeu em parte o pedido. Quando Pigmalião regressou à sua casa, a estátua de marfim ganhou vida e se tornou sua esposa. Tiveram um filho, Pafos, epônimo da cidade cipriota de Pafos, e uma filha, Metarme.
Fontes
A mais antiga fonte da lenda é uma obra de Filostéfano de Cirene (fl. séc. -III), De Cypro, uma história da ilha de Chipre. O relato mais conhecido, no entanto, é o de Ovídio (Met. 10.243-97), utilizado nesta sinopse. Clemente de Alexandria (Protr. 4.57) menciona, igualmente, o mito; na versão do Pseudo-Apolodoro (3.14.3), Pigmalião é o rei de Chipre.
Note-se que o nome "Galatéia" não aparece em nenhum texto da Antiguidade; foi utilizado pela primeira vez, aparentemente, por Jean-Jacques Rousseu (1712/1778) no drama musical Pygmalion, de 1762.
Iconografia
Não há representações do mito em obras da Antiguidade. Muitos pintores e escultores do século XIX, no entanto, recorreram a esse tema em suas obras: Jean-Léon Gérôme (Fig. 0307), Edward Burne-Jones, Auguste Rodin, Francisco [Goya], Franz von Stuck e muitos outros.
Influência literária
Além da citada obra de Rousseau, o mito inspirou óperas (Jean-Philippe Rameau, 1748; Gaetano Donizetti, 1816), poemas (John Dryden, 1703; Carol Ann Duffy, 1999), peças de teatro (William Gilbert, 1871; Bernard Shaw, 1914) e ballets (Marius Petipa e Nikita Trubetskoi, 1895).
Shakespeare apresentou uma versão da lenda da estátua viva na comédia romântica Conto de Inverno (1623). O tema do corpo inanimado que ganha vida está igualmente presente nas novelas Frankenstein, de Mary Shelley (1818), O Homem Positrônico, de Isaac Asimov e Robert Silverberg (1993) e Galatea 2.2, de Richard Powers (1995).
f.: Portal grécia antiga
ENCYCLOPAEDIA V. 51-0 (11/04/2016, 10h24m.), com 2567 verbetes e 2173 imagens.
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