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Apolíneo e dionisíaco


index do verbete

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Apolo e Dioniso são os dois deuses superiores da epifania principal celebrada em Delfos. Parece terem formado uma aliança de soberania já que ambos são idolatrados, surgindo na vida extraordinária dos antigos gregos como o eterno conflito entre a noite e o dia, o claro e o escuro, a água e a terra, o ar e o fogo. Como forças contrárias, equivalem de certa forma à oposição Yin/Yang, se ao apolíneo fizermos corresponder o princípio Yang, sobretudo nas suas qualidades de celeste, penetrante, quente e luminoso; e ao dionisíaco o princípio Yin, como absorvente, frio e obscuro. No pensamento oriental, as duas forças ou princípios complementares abrangem todos os aspectos e fenómenos da vida tal como acontece no pensamento helénico com o espírito apolíneo e o espírito dionisíaco.

fonte: http://www.edtl.com.pt/index.php?option=com_mtree&task=viewlink&link_id=785&Itemid=2

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Silenos e Mênades


Polaridade popularizada e tratada por Nietzsche como um contraste no livro ‘O nascimento da tragédia”, entre o espírito da ordem, da racionalidade e da harmonia intelectual, representado por Apolo, e o espírito da vontade de viver espontânea e extasiada, representado por Dioniso.

Apolo: Bela Aparência; Sonho; Forma (limite); Princípio de individuação; Resplandecente; Ordem; Serenidade; etc.

Dioniso: Música; Embriaguez; Uno Primordial (não há forma, sem limite); Indiferenciação; Essência; Desmedida; Domínio Subterrâneo; etc. [1].

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Nietzsche buscou dos gregos dois deuses para criar dois conceitos: o Apolíneo, que seria a ordem, a medida, o belo, a aparência, e Dionisíaco que consistiria na desmedida, no caos, na integração com o que há de mais natural, mais primitivo e arrebatador no homem, o universo como um “monstro” de forças.

A tragédia grega seria essa união entre o Apolíneo e o Dionisíaco, seria a arte superior por excelência, já que ao contrário do que ocorre nas artes plásticas, também chamadas Apolíneas, e a arte sem formas, a música, ou dita Dionisíaca, a tragédia Ática “abraça” os dois elementos, possui dentro dela os dois mundos. “A evolução progressiva da arte resulta do duplo caráter de “espírito Apolíneo” e no “espírito Dionisíaco”, tal como a dualidade dos sexos gera a vida no meio de lutas que são perpetuas e por aproximações que são periódicas” (NIETZSCHE, 1996, p.18)

Ao estado Apolíneo, criador de formas, da aparência, do belo, se contrapõe o Dionisíaco, como fim de toda individuação, como um estado de êxtase onde o homem se encontra com a natureza, se identifica com ela.

Mostrando a relação intensa entre o Apolíneo e o Dionisíaco na tragédia. Nietzsche mostra que o surgimento da arte Apolínea seria como um antídoto contra o pessimismo, a negação da vida.

A arte Apolínea e a arte da beleza, e se os deuses gregos não se caracterizam por serem necessariamente bons, eles eram belos. Beleza para os gregos também tinha o significado de calma, serenidade e liberdade com relação as emoções.

Antes de se chegar a um estado Dionisíaco, o grego, contra a dor e o sofrimento diviniza o mundo criando a beleza. Portanto, beleza é para o grego, aparência. Para Nietzsche, o grego criou o mundo da beleza para ao invés de mostrar a verdade mascarar, encobrir a essência do mundo.

Não é pelo belo que as coisas belas são belas. Quando se diz que algo é belo apenas se diz que tem uma bela aparência, sem nada se enunciar sobre sua essência. Mascarando a essência, à vontade, a verdadeira realidade, a beleza é uma intensificação das forças da vida que aumenta o prazer de existir. (Machado, 1997, p.78)

Enquanto que a arte tem sua “verdade” ligada inevitavelmente á beleza, que é uma ilusão, por ser aparência, a metafísica não é capaz de expressar o mundo na sua integralidade, em sua tragicidade, pois nela há a prevalência da verdade sobre a ilusão. Também a ciência não é capaz de expressar o mundo, pois acredita que o pensamento lógico pode chegar a conhecer p ser o mais profundamente possível através da causalidade. Nietzsche afirma ser a experiência trágica a única capaz de justificar e até afirmar o mundo como ele é até mesmo “o pior dos mundos”. Seria o “amor fati”, amor ao destino, afirmar o necessário, aceitar e até amaro que não pode ser mudado. Esta é uma idéia que permaneceu em todo o pensamento Niestzschiano: que a arte é superior a ciência por ser capaz de proporcionar uma experiência Dionisíaca. Ao atacar diretamente a idéia de que atrás de um mundo “aparente” existe um mundo “verdadeiro”, Nietzsche declara:

Criar uma fábula de um mundo “diverso” desse não tem sentido algum se pressupusermos que um instinto de calúnia, de amesquinhamento, de suspeição da vida não exerce poder sobre nós.Neste ultimo caso, nos vingamos da vida com a fantasmagoria de uma “outra” vida, de uma vida “melhor” (Nietzsche, 1999, p.52)

Apenas o “artista trágico”, com sua capacidade de afirmar o mundo, este mundo, o terreno, em todos os seus aspectos, consegue fugir desse pessimismo, dessa renuncia a vida verdadeira, a terrana, em nome de uma vida no alem, que não existe. Esse “artista trágico”, Dionisíaco, não teme a vida, não teme o sofrimento, sabe que a dor faz parte da existência, esta além do bem e do mal, diz sim a vida e ao mundo dito “aparente”, mas que para ele é o “verdadeiro” mundo, pois é o único existente.

fonte: Prof. Claudio Gibelli, l. ext..

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Apolo é apresentado por Nietzsche como o deus do sonho, das formas, das regras, das medidas, dos limites individuais. O apolíneo é a aparência, a individualidade, o jogo das figuras bem delineadas. Apolo representa domínio da imagem, da metáfora, isto é, da dissimulação. Esta categorização identifica a conceptualização com a aparência. Mas Apolo representa também o equilíbrio, a moderação dos sentidos e, num certo sentido, a própria civilidade, ou melhor, o modo como esta é ordinariamente compreendida.

Dioniso é apresentado como o gênio ou impulso do exagero, da fruição, da embriaguez extática, do sentido místico do Universo, da libertação dos instintos. É o deus do vinho, da dança, da música e ao qual as representações de tragédias eram dedicadas. Dionísio representa, portanto, o irracional, a quebra das barreiras impostas pela civilização, à dissolução dos limites dos indivíduos e o eterno devirem.

Na apresentação do apolíneo encontramos a racionalidade e a ilusão num jogo perigoso orientado para os valores da Verdade, do Belo e do Justo. Por seu lado, o dionisíaco não é simplesmente uma oposição posterior a essas tendências civilizacionais. Pelo contrário, o dionisíaco é o outro impulso fundamental que rege o devir em que sempre está em jogo o limite dos indivíduos. O dionisíaco é o instinto de força e de luta, de desequilíbrio. O desequilíbrio resulta das próprias regras do jogo em que os indivíduos estão sempre envolvidos. A vida implica um confronto entre limites individuais. Este confronto é primevo, não está regulado por qualquer vontade boa ou justa, racional ou misericordiosa.

No homem dionisíaco está viva a consciência do apolíneo como convencional, como uma ilusão da perspectiva do indivíduo. Para o homem dionisíaco, as criações apolíneas não passam de acontecimentos de superfície.

O artista apolíneo almeja a bela aparência, a boa ilusão que se encobre de o ser. Representa figuras bem delimitadas na sua individualidade, puras na sua beleza, caracterizadas pelo equilíbrio e pela harmonia. O artista apolíneo representa todos os valores tradicionalmente reconhecidos aos gregos. O criador dionisíaco exacerba a dissolução do indivíduo, a desmesura, o exagero.

São dois impulsos opostos, contraditórios. Contudo, são complementares da criação estética e universal. O dionisíaco deve poder manifestar-se apolineamente. A tragédia, bem como um certo tipo de música, são para Nietzsche a possibilidade realizada de apresentar e desenvolver a representação e exibição (apolíneo) do dionisíaco. O mito trágico deveria, assim, ser compreendido como uma espécie de representação simbólica do irrepresentável.

O Mito trágico é, na teoria d'O Nascimento da Tragédia, uma representação simbólica ou imagética da sabedora de Sileno (ou dionisíaca). O dionisíaco manifesta-se a si próprio por intermédio de processos apolíneos (representação). O mundo dos fenómenos renega-se a si mesmo nesta representação que exibe sem conceptualizar o fundo e a dor originais.

fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Nascimento_da_Trag%C3%A9dia_no_Esp%C3%ADrito_da_M%C3%BAsica

Jung

94. Alguns homens precisam ser provocados, sua Iniciação tem a violência do rito de Trovão dionisíaco. Outros tem de ser dominados, e a submissão vem da organizada planificação dos templos, religião apolínea (f.: Jung, C. G. et allii (2000). O homem e seus símbolos. Rio de Janeiro : Ed. Nova Fronteira).


Notas e adendos:

[1] Pepe, Benito. O Apolíneo e o Dionisíaco: Apolo e Dioniso em Nietzsche: a perda da proximidade com a Natureza que tinha o homem antigo. Recuperado em 19/05/2015, 19h26m. aqui.
ENCYCLOPAEDIA V. 51-0 (11/04/2016, 10h24m.), com 2567 verbetes e 2173 imagens.
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