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Dioniso



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Silenos e Mênades

pga

Dioniso (gr. Διόνυσος) era o deus do delírio místico (êxtase) e do vinho, bebida que alivia as preocupações e inspira os homens para a música e a poesia. Também conhecido por Baco (gr. Βάκχος).

Origem

Dioniso tem, seguramente, origem pré-helênica — talvez até indo-européia. Foi provavelmente uma divindade importante durante o Neolítico e sua lenda tem nítidas conexões com a Trácia e com a Ásia Menor. Ele é uma das divindades citadas pelas tabuinhas em linear B e já havia um santuário micênico dedicado a ele na ilha de Ceos, por volta do século -XV.

Na época de Homero e de Hesíodo, no entanto, Dioniso tinha pouca expressão. Pinturas de vaso do fim do século -VI e a composição do hino homérico a Dioniso, no fim do século -V, parecem indicar que a popularização do deus deve ter ocorrido nesse século. Para os gregos, de forma geral, ele era filho de Zeus e de Sêmele, princesa tebana, uma das filhas de Cadmo e Harmonia.

Nascimento e criação

Apaixonado pela bela Sêmele, Zeus prometera atender a qualquer desejo seu. Quando ela estava grávida, instigada pela ciumenta Hera, disse ao imortal amante que desejava vê-lo em seu aspecto normal. Contristado, Zeus atendeu o pedido e, ao mostrar-se em todo seu esplendor divino, Sêmele morreu carbonizada pelos raios que dele emanavam. O pai dos deuses conseguiu, no entanto, salvar o filho e guardá-lo em sua própria Coxa, onde ele completou seu desenvolvimento.

No devido tempo, Dioniso emergiu da coxa de Zeus e foi entregue a Hermes, que o deixou com Átamas e Ino, irmã de Sêmele. Depois que Hera enlouqueceu os dois, Hermes levou o pequeno Dioniso a um país distante onde foi criado pelas ninfas, na forma de um cabrito.

A divinização

Ao se tornar adulto Dioniso não era, ainda, totalmente divino. Tendo descoberto a videira e seu uso, foi enlouquecido por Hera e vagueou por algum tempo até que Cíbele, a deusa-mãe da Frígia, conseguiu curá-lo.

Tratou, depois disso, de disseminar seu culto por todo o mundo. Era já um deus, sempre acompanhado por um cortejo (gr. θίασος) que bebia vinho e, inspirado por um êxtase místico, dançava freneticamente e festejava sem cessar.

Dioniso estabeleceu o culto primeiramente na Trácia, depois de enlouquecer o rei Licurgo, que se opusera a ele, e provocar-lhe a morte; depois, na Índia, e logo depois na Beócia. Em Tebas, onde reinava seu primo Penteu, o culto foi proibido. Dioniso enlouqueceu então a mãe de Penteu, sua tia Agave, que menosprezara Sêmele depois da morte, e fez com que ela e as bacantes matassem o rei durante o êxtase dionisíaco.

Em Argos (ou Tirinto), enlouqueceu as prétides, filhas do rei Preto. De outra feita, ao dirigir-se a Naxos, os piratas que o transportavam tentaram raptá-lo, mas Dioniso enlouqueceu-os e transformou-os em delfins.

Os membros do cortejo

O thíasos compunha-se de ninfas, de sátiros, das mênades, de Sileno e, possivelmente, de alguns animais selvagens como leões e panteras. Às vezes o deus [Pã] também tomava parte no cortejo. As mulheres e os homens que seguiam o deus eram chamados de bacantes.

Os sátiros tinham aspecto animalesco, a parte inferior do corpo igual a um bode — ou simplesmente chifres e cauda de cavalo —. Caracteristicamente, o pênis era enorme e quase sempre ereto. Sileno era um sátiro muito velho e de grande sabedoria que em algumas versões da lenda teria ajudado as ninfas a criar Dioniso.

As mênades eram mulheres tomadas pelo delírio dionisíaco. Nuas ou levemente vestidas, estavam sempre dançando e agitando ramos.

Dioniso e Ariadne

Depois de todas essas aventuras, Dioniso foi finalmente reconhecido como deus em toda parte, pôde ascender ao Olimpo e tomar seu lugar entre os outros deuses.

Das lendas de Dioniso posteriores ao estabelecimento de seu caráter divino, as mais importantes são a da descida ao Hades, onde conseguiu convencer o soberano dos mortos a libertar a sombra de sua mãe, Sêmele, que levou em sua companhia para o Olimpo; sua união com [Ariadne], abandonada por Teseu na ilha de Naxos; e por fim o "favor" concedido ao rei Midas.

Em algumas versões da lenda, o deus e Ariadne tiveram vários filhos.

Iconografia e culto

Dioniso é representado geralmente com uma taça de vinho nas mãos, junto à hera ou a vinhas, frequentemente acompanhado de uma [Pantera], dos Sátiros e das mênades. Seu símbolo habitual é o tirso, um bastão de madeira enfeitado com hera.

O deus era cultuado principalmente na Ática, em Delfos e na Grécia do Norte, notadamente em festivais populares. Em Atenas, as Antestérias, as Lenéias e as Dionísias Urbanas e Rurais se tornaram famosas, principalmente, pelas tragédias, comédias e dramas satíricos apresentados durante o festival. É possível que, em tempos mais remotos, os participantes desses festivais usassem máscaras do deus, consumissem vinho em grande quantidade e matassem animais de forma ritual. A Dioniso estava também associado um culto de Mistérios, em que eram celebrados rituais de fertilidade altamente secretos.

Na época romana, as festas em honra a Dioniso ("bacanais") se tornaram tão desenfreadas que foram proibidas pelo Senado.

f.: Portal grécia antiga

lpd

Chamado Baco pelos romanos, Dionísio (ou Dioniso) é um dos importantes de todos os deuses gregos. Divindade ligada à natureza, ao vinho e ao delírio místico, era filho de Zeus e de [Sêmele]. Perseguido pelo ciúme da deusa Hera (a Juno romana), enlouqueceu e durante muito tempo percorreu o mundo, levando ora a alegria, ora o terror aos homens. Foi purificado por sua avó Réa (deusa da terra), que o iniciou em seus mistérios. Dionísio é representado pela figura de um belo jovem que carrega nas mãos uma Taça ou Bastão rodeado de ramos de Videira ou de hera. Ele é símbolo da força geradora da natureza e do desencadeamento ilimitado dos desejos, das emoções, dos instintos. O culto a Dionísio contrapõe-se ao culto solar de Apolo. Este último é mais associado ao conhecimento obtido pelo intelecto e pela razão, enquanto Dionísio inspira a sabedoria conquistada pelos instintos.

f.: Pellegrini, L. (1995). Dicionário de Símbolos Esotéricos. São Paulo: Editora Três.

robert

n. ed., v. A religião grega

64. Dioniso absorveu o culto de um curador e adivinho, Melampous ( Preto). /96.

65. Era muito popular, amado pelos pobres, cujas alegrias elementares ele exaltava, seus seguidores formavam confrarias de boieiros, adoradores pastorais do deus-Touro, criadores dos bacanais e da poesia bucólica. O rito consistia em perseguir um touro pelos campos, capturá-lo, degolá-lo e beber-lhe o Sangue, cortar e comer as carnes cruas. O touro é o próprio deus, e o fiel o come, consumindo-o em plena onipotência, consumo de substância divina /v. Comunhão/. /98.

66. Era popular entre as mulheres. Menadismo, coro das mênades, mulheres presas da mania, a loucura divina. Por isso substitui-se o touro pelo Bode, cabrito ou corço. O bode (tragos) dá nome ao tragicos tropos, a variante trágica ou caprina do ditirambo, isto é, o canto coral que acompanha o rito. Já o cômos, o cortejo petulante de bebedores camponeses, dá origem à Comédia /98 .
ENCYCLOPAEDIA V. 51-0 (11/04/2016, 10h24m.), com 2567 verbetes e 2173 imagens.
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