parent nodes: Alquimia | Glossário de metafísica
Como é feito o fogo alquímico
vb. criado em 21/05/2013, 21h56m.
Os Alquimistas distinguiam várias espécies de fogo:
1 - O Fogo úmido: é o banho-maria, que fornecia uma temperatura constante;
2 - O fogo sobrenatural: ou fogo artificial, que designava os ácidos. Advém daí o fato dos Alquimistas terem advertido que os ácidos produziam uma elevação de temperatura em suas diversas reações, e portanto que eles tinham sobre os corpos o mesmo efeito que o fogo. Eles desorganizam e destroem rapidamente o aspecto primitivo destes corpos;
3 - O fogo natural: ou fogo ordinário, obtido por uma combustão.
Em geral, os Alquimistas não empregavam nem carvão nem lenha para aquecer o Ovo Filosófico. Necessitava-se uma vigilância contínua, e era mais ou menos impossível obter-se uma temperatura constante. Por isso, Marc-Antônios se coloca contra os sopradores ignorantes que se serviam de carvão:
"Para que servem estas chamas violentas, porque os sábios não usam de carvão ardente,
nem de lenha inflamada, para fazer a Obra Hermética..." (Marc-Antônio, "La Lumiére sortant par soi-même des Ténèbres").
Os filósofos Herméticos empregavam então uma Lâmpada a óleo, com pavio de amianto, cuja manutenção é fácil, e que dá um calor mais ou menos uniforme.
Os Alquimistas admitiam vários graus para seu fogo, conforme a Obra estivesse mais ou menos avançada.. Eles o regulavam aumentando o número de fios que compunham a mecha:
"Faça de início um fogo brando, como se não houvesse mais que quatro fios em tua mecha, até que a Matéria comece a enegrecer. A seguir aumente, ponha então quatorze fios. A Matéria se banha, ela se torna cinza. Enfim, ponha vinte e quatro fios, e terás a brancura perfeita..." (Happellus, "Aphorismi Basiliani").
Aqui temos, no domínio da Alquimia espiritual, uma indicação preciosa em seu esoterismo. O fogo passa de quatro para quatorze, e de quatorze para vinte e quatro mechas. Ao quaternário de partida se une o denário, e depois outro denário, ou seja: tétrada + década + década.
Se estas palavras não evocam para nós a Gnose alexandrina e seus Eons, elas nos bastam para saber que o primeiro grau do fogo, aquele do começo da Obra, se chamava o fogo do Egito, porque ele devia se igualar (no ponto de vista material) à temperatura estival máxima desse país:
"Faça vosso fogo proporcional ao calor nos meses de junho e julho..." (Anônimo, "Dialogue de Marie e d'Aros").
(f.: Robert Ambelain. Alquimia Espiritual E a Via Interior. Disponível aqui. Acessado em 21/05/2013, 20h31m.)
ENCYCLOPAEDIA V. 51-0 (11/04/2016, 10h24m.), com 2567 verbetes e 2173 imagens.
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