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Fogo


index do verbete
Odilon Redon. A carruagem de Apolo. Clique no link para ver a imagem em tamanho maior:rel://files/apollo-s-chariot-1.jpg!HalfHD.jpg

resumo geral feito por mim

Fogo: Paus, Áries Leão Sagitário, yang, Apolíneo, Salamandra, (tipo clássico de personalidade /vide Os 4 humores/) colérico/nervoso, (tipologia de Jung) intuitivo, (tipologia de Riemann) histérico, impulsivo, motor/ígneo, quente e seco, espírito, iniciação, ardor e entusiasmo, Triângulo, (na carta mundo) Leão, Verão, do meio-dia ao ocaso, maturidade


Fogo, natureza voluntariosa, nobres objetivos. Energia, ambição, entusiasmo, emoção, exagero. Purificador, regenerador. Destruição e renascimento. Veio do céu. sol. Agente de transformação. Associado à libido. Vive de consumir vidas alheias. Ativo, móvel, masculino.

chevalier & Gheerbrant

Os quatro elementos são representados tradicionalmente por linhas com variações ornamentais em torno do tema central:



Paus


O simbolismo do fogo encontra-se resumido na doutrina hindu, que lhe confere fundamental importância. Agni, Indra e Surya são os fogos dos mundos: terrestre, intermediário e celeste, ou seja, o fogo comum, o Raio e o Sol. Além disso, existem outros dois fogos; o da penetração ou absorção (Vaishvanara), e o da destruição (outro aspecto do Agni).

Segundo o I Ching, o fogo corresponde ao Sul, à cor Vermelho, ao Verão e ao Coração. Essa última relação, aliás, é constante, quer o fogo simbolize as paixões (principalmente o amor e a cólera), quer simbolize o espírito (o fogo do espírito, que é também o Sopro e o trigrama Li) ou o conhecimento intuitivo a que se refere a Gita.

A significação sobrenatural do fogo estende-se das almas errantes (fogos-fátuos, lanternas do Extremo Oriente), até o Espírito divino. Brama é idêntico ao fogo.

O símbolo do fogo purificador e regenerador desenvolve-se do Ocidente ao Japão. A liturgia católica do fogo novo é celebrada na noite de Páscoa. A do Xinto coincide com a renovação do ano. Há, ainda, as línguas de fogo de Pentecostes. O papel do ferreiro segue a direção do alquimista (Alquimia), que fabrica a imortalidade na chama de seu fornilho, e até mesmo, acreditam os chineses, no fogo do cadinho interior, que corresponde, pouco mais ou menos, ao plexo solar e ao manipura-chakra, que os Iogues colocam sob o signo do Fogo. De resto, os Taoístas entram no fogo para liberar-se do condicionamento humano, apoteose a propósito da qual não se pode deixar de evocar a de Elias, em seu carro de fogo. Além do mais, eles entram no fogo sem se queimar; e isso, permite-lhes chamar a chuva – bênção celeste – mas evoca, também, o fogo que não queima do hermetismo ocidental, ablução, purificação alquímica, simbolizada pela salamandra.

O homem é fogo, diz São Martinho; sua lei, como a de todos os fogos, é a de dissolver (seu invólucro) e unir-se ao manancial do qual está separado. Seria preciso acrescentar a esses fogos purificadores o da China antiga, que acompanhava, nas entronizações rituais, o banho e a fumigação. Também não se pode deixar de mencionar o fogo dos ordálios (= prova judiciária feita com elementos da natureza e cujo resultado era interpretado como um julgamento divino; juízo de Deus).

O Buda substitui o fogo sacrifical do hinduísmo pelo fogo interior, que é, ao mesmo tempo, conhecimento penetrante, iluminação e destruição do invólucro: Atiço em mim uma chama... Meu coração é a lareira, e a chama é o eu domado. Os Upanixades asseguram, paralelamente, que queimar pelo lado de fora não é queimar. Daí os símbolo da Kundalini ardente na Ioga hindu, e o do fogo interior no tantrismo tibetano.


A serpente Kéti no mundo inferior, consumindo com fogo um inimigo de Osíris.

O aspecto destruidor do fogo implica também, evidentemente, um lado negativo e o domínio do fogo é igualmente uma função diabólica. A propósito da forja, deve-se observar que seu fogo é a um só tempo celeste e subterrâneo, instrumento de demiurgo e de demônio. A queda de nível é representada por Lúcifer, portador da luz celeste, no momento em que é precipitado nas chamas do inferno: Fogo que queima sem consumir, embora exclua para sempre a possibilidade de regeneração.

Os inumeráveis ritos de purificação pelo fogo – em geral, ritos de passagem – são característicos das culturas agrárias. Com efeito, simbolizam os incêndios dos campos que se adornam, após a queimada, com um manto verdejante de natureza viva.

O Fogo, nos ritos iniciáticos de morte e renascimento, associa-se ao seu princípio antagônico, a Água. A purificação pelo fogo, portanto, é complementar à purificação pela água, tanto no plano microcósmico (ritos iniciáticos), quanto no plano macrocósmico (mitos alternados de Dilúvios e de Grandes Secas ou Incêndios).

A significação sexual do fogo está ligada, universalmente, à primeira das técnicas usadas para a obtenção do fogo: por meio da fricção, num movimento de vaivém – imagem do ato sexual /Sexo/.

Podemos distinguir duas direções ou duas constelações psíquicas na simbologia do fogo, conforme a maneira como ele for obtido, isto é: por meio da percussão ou da fricção. No primeiro caso, o fogo aparenta-se ao Relâmpago e à Flecha, e possui um valor de purificação e de iluminação; ele é o prolongamento ígneo da luz. Puro e fogo, em sânscrito, são conceitos designados pela mesma palavra. Ao fogo espiritualizante relacionam-se os ritos de incineração, o Sol, as fogueiras de elevação e de sublimação, enfim, todo fogo que transmita uma intenção de purificação e de luz. Esse fogo opõe-se ao fogo sexual, obtido por meio da fricção, tal como a chama purificadora se opõe ao centro genital da sede matriarcal, e tal como a exaltação da luz celeste se distingue de um ritual de fecundidade agrária. Assim orientado, o simbolismo do fogo marca a etapa mais importante da intelectualização do cosmo, e afasta o homem cada vez mais da condição animal.

Assim como o Sol, pelos seus raios, o fogo simboliza por suas chamas a ação fecundante, purificadora e iluminadora. Mas ele apresenta também um aspecto negativo: obscurece e sufoca, por causa da fumaça; queima, devora e destrói: o fogo das paixões, do castigo e da guerra.

Nessa perspectiva, o fogo, na qualidade de elemento que queima e consome, é também símbolo de purificação e de regeneração. Reencontra-se, pois, o aspecto positivo da destruição: nova inversão do símbolo. Todavia, a água é também purificadora e regeneradora. Mas o fogo distingue-se da água porquanto simboliza a purificação pela compreensão, até a mais espiritual de suas formas, pela luz e pela verdade; ao passo que a água simboliza a purificação do desejo, até a mais sublime de suas formas – a bondade.

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Costuma simbolizar tanto a purificação como a transformação, pois ele é o grande agente das transformações pelo seu caráter de simbolizar as emoções, tanto que aquilo que resiste ao fogo tem o caráter da imortalidade. Sem o fogo da emoção nenhum desenvolvimento ocorre e nenhuma conscientização maior pode ser alcançada, ele é considerado um símbolo da consciência e no Êxodo, as tribos comandadas por Moisés foram guiadas por uma coluna de fogo durante a noite que foi denominada de TOCHA ARDENTE, é um tipo de libido, consciente e criativa. Existe uma tendência geral de se estabelecer um paralelo entre a produção de fogo e a sexualidade, tanto que ele pode estar representando o inferno resultante da vivência da Paixão. O pramantha como instrumento do Manthana (o sacrifício de fogo) entre os hindus, tem um significado sexual; o pramantha representa o falo ou o homem e o pau furado colocado embaixo é a vulva ou a mulher, sendo que o fogo gerado é a criança, o filho divino AGNI. No culto, os dois paus chamam-se pururûvas e urçavi e são símbolos do homem e da mulher; do órgão genital da mulher nasce o fogo da sexualidade que é um dos conteúdos psíquicos de maior carga afetiva. Na alquimia, o fogo da Calcinatio é um fogo purgador, embranquecedor que atua sobre a matéria negra, símbolo da nigredo, tornando-a branca albedo. Dentro do simbolismo alquímico, ele também era uma imagem da participação do indivíduo no trabalho pois para que a transformação se processasse era preciso atenção ao fogo que deveria sempre manter-se aceso. O que é purificado pelo fogo, torna-se de forma bastante literal, sagrado, e quando uma criatura "espiritual" é queimada a cremação lhe confere o corpo, posto que esse elemento era considerado o veículo conector entre os reinos divino e humano, a própria inspiração através do espírito. Existe também em relação ao fogo a imagem que simboliza o grande destruidor, como pode inclusive ser visto em vários mitos posto que ele tanto pode nos queimar como nos iluminar. Nos tempos primitivos era o principal método de sacrifício aos deuses. Os sonhos em que cidades são queimadas ou ainda, que nossa própria casa é queimada, costumam indicar que um afeto nos possuiu e tornou-se completamente fora de controle. Ele mostra a intensidade da tonalidade afetiva e por isso é uma expressão da energia psíquica que se manifesta como libido.

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Os quatro elementos básicos da natureza são símbolos universais de grande importância. Dos quatro, o fogo é o que mais constantemente acha-se associado às religiões, desde os tempos pré-históricos. Inicialmente símbolo do Sol e da divindade, nas civilizações antigas (Mesopotâmia, Índia, Egito), o fogo foi posteriormente convertido em símbolo da própria alma e vida humanas. Esotericamente é representação ou reflexo mais perfeito da “Chama Una”, o princípio divino, que é, por sua vez, e como conceito, o mais alto símbolo de toda a humanidade. O fogo representa a vida e a morte, a origem e o fim de todas as coisas, e nesse sentido é um dos mais importantes emblemas de transformação e regeneração. Paracelso estabelecia a igualdade o fogo c e da vida: ambos, para subsistir, necessitam consumir. Como sinônimo de vida, o fogo tem muitos aspectos: ele pode ser encontrado tanto a nível da paixão animal e do erotismo (o “fogo da paixão”) como a nível dos mais ingentes esforços espirituais. Ele alcança e transcende o plano do bem (calor e energia vital) e o plano do mal (destruição e conflito). Tem a função de purificador supremo, como no caso das cremações ritualísticas de cadáveres, uma tradição nacional indiana. Em muitas civilizações praticam-se rituais de travessia do fogo (caminhar sobre brasas), sempre com o sentido explícito de transcendência da condição humana.

f.: Pellegrini, L. (1995). Dicionário de Símbolos Esotéricos. São Paulo: Editora Três.
ENCYCLOPAEDIA V. 51-0 (11/04/2016, 10h24m.), com 2567 verbetes e 2173 imagens.
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