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Introdução aos símbolos
index do verbete
Um símbolo deve ser ambíguo. Uma alegoria tem de ser unívoca, ou fracassa. Um símbolo pode estar num objeto ou numa imagem, mas também numa ação.
Só existe uma história, a história do homem no mundo. A história sobre o que significa ser humano. Nós e o mundo, ou nós no mundo.
(f.: Foster, T. C. (2010). Para ler literatura como um professor. São Paulo : Lua de Papel, 271 pp., trad. Frederico Dentello.)
Mitos de natureza religiosa são espécie de terapia mental generalizada contra os males que afligem a humanidade (fome, guerra, velhice, morte) (f.: Jung, C. G. et allii (2000). O homem e seus símbolos. Rio de Janeiro : Ed. Nova Fronteira, p.79].
frases
355 ‘Os símbolos revelam velando e velam revelando’ (Georges Gurvitch) (C. & G., dic., p. xiii).
356 ‘Seria pouco dizer que vivemos num mundo de símbolos — um mundo de símbolos vive em nós’ (C. & G., dic., p. xii).
Análise da criação poético–artística. O reino da imaginação é um santuário construído durante a penosa transição do princípio do prazer para o da realidade. O artista, como o neurótico, sai da realidade insatisfatória e penetra no mundo da imaginação, mas sabe como voltar à realidade. As obras de arte são satisfações imaginárias de desejos inconscientes, tal como os sonhos, mas diferem dos sonhos porque evocam nas outras pessoas, e satisfazem, os mesmos desejos inconscientes neles também. Além disso fornecem um prêmio de estímulo, o prazer perceptivo da beleza formal.
A essência dos gracejos consiste em empregar os mesmos métodos da operação do sonho: condensação, transferência, representação de algo pelo seu oposto ou por uma trivialidade.
mitologia, assim como o mundo dos contos de fada, só pode ser compreendida na base da vida sexual da criança. (pág. 212) ~s009r]
Jung e Jaffè:
A projeção do conteúdo psíquico na arte é um processo puramente inconsciente, não pode ser inventada.
A arte representa o espírito de sua época. Artista é instrumento e intérprete do espírito de sua época: dá forma aos valores da época que o forma.
Cruz cujo centro se desloca para o alto na idade média. Catedrais verticais, altas. Busca da elevação para o mundo espiritual, afastar-se da terra, do mundo, do corpo, inimigos a serem vencidos. Arte gótica = idade média. ~s009r]
‘O símbolo anuncia um outro plano de consciência, que não o da evidência racional; é a chave de um mistério, o único meio de se dizer aquilo que não pode ser apreendido de outra forma; ele jamais é explicado de modo definitivo e deve sempre ser decifrado de novo, do mesmo modo que uma partitura musical jamais é decifrada definitivamente e exige uma execução sempre nova’ (Henri Corbin) ~chev. p. xvi].
Símbolo é diferente de signos (como o são o emblema, o atributo, a alegoria, a metáfora, a analogia, o sintoma, a parábola e o apólogo), que não ultrapassam o nível da significação, da representação; são espelhos, convenções. Símbolos algébricos são signos, não símbolos: têm alcance convencional bem definido. O conhecimento objetivo não pode expressar-se por símbolos, só por signos. Já a arte evita o signo e alimenta o símbolo. O signo dissocia significante e significado, sujeito e objeto, mas o símbolo pressupõe homogeneidade do significante e do significado ~?]. O símbolo transcende o significado e depende da interpretação, que depende de predisposição; está carregado de afetividade. O símbolo é eidolon, e não eidos (idéia): sua leitura não é puramente intelectual, mas essa atividade é só o centro ao redor de que gravita todo o psiquismo que ela põe em movimento.
O arquétipo é uma estrutura psíquica constante, universal e inata, e se exprimem através de símbolos dotados de grande potência energética. Mas as imagens aparentes desses arquétipos variam conforme as épocas, etnias, indivíduos.
Os mitos são transposições dramatúrgicas dos arquétipos. Sua função mestra é fixar os modelos exemplares de todas as ações humanas significativas.
(~s009r)
ENCYCLOPAEDIA V. 51-0 (11/04/2016, 10h24m.), com 2567 verbetes e 2173 imagens.
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