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Spinoza
1632-1677. "Não chore, não ria, mas compreenda". Excomungado pela sinagoga. Fã de Descartes[1].
Ética. Para ^, uma ética que estuda o propósito da vida é simultaneamente uma Metafísica, uma teoria do conhecimento /v. Epistemologia/ e uma psicologia da natureza humana. Os males do homem advêm de desejar objetos perecíveis [5].
Há pouco espaço, na ~f de ^, para o livre-arbítrio dentro do determinismo geral, e esse espaço reside no esforço humano para elevar sua vida acima das forças que a querem destruir, entre elas as paixões e emoções. O conceito de liberdade positiva é o esforço para tornar-se "o capitão da própria alma e elevar-se acima da paixão por meio da razão" [6]. Repele distinção entre razão e vontade: ideias são ativas, e são o que nos move a agir. Virtude, conhecimento e poder são a mesma coisa: todos agem por necessidade (instinto de conservação, natureza), mas virtuoso e livre é quem age entendendo sua natureza e sua necessidade; escravo é quem age movido por causas que não entende, ou por ideias confusas. [5]
m.c.: ao que parece a única liberdade do homem é a de entender como e porque é prisioneiro.
A meta final da ~f é propiciar uma "intuição sinótica" de toda a realidade como um sistema dedutivo [4]. Uma ideia "adequada" é uma associação coerente de experiências físicas, depende do entendimento da relação entre a parte e a estrutura total. Uma ideia confusa não é falsa (no sentido de contrária aos fatos), mas incompleta ou impropriamente relacionada à totalidade da experiência [5].
Metafísica, filosofia:Monismo de substância. Mente e corpo são aspectos de uma mesma coisa (contradizendo Descartes), que seria deus ou a natureza [5] (Deus sive natura). Deus e natureza são dois nomes para a mesma substância que faz o universo [3], e a vontade de deus se manifesta nas leis naturais [1]. "Deus é natureza", não há causa externa para o mundo, o processo da produção da vida esta contido na própria vida [2] (v. Transcendência e Imanência; v. Substância). Uma substância infinita (como deus, e a natureza, que é o mesmo) possui atributos infinitos, mas a mente só percebe dois: pensamento (mentalidade) e extensão (fisicalidade) [4].
Dualismo de atributo. Esses dois atributos não podem ser explicados um pelo outro, e devem ser incluídos em qualquer explanação completa do mundo. Mentes e corpos são modificações da substância única. Toda modificação é algo físico (extenso) e mental (concebido sob o atributo do pensamento). A mente é uma modificação da substância no atributo do pensamento, e o corpo (ou o cérebro) é uma modificação da mesma substância no atributo da extensão. Não há interação entre mente e corpo, só correspondência. Logo, tudo teria mente, inclusive as pedras [7].
Religião: Panteísmo. O mundo é deus, mas deus é mais do que o mundo. O mundo material é uma forma de deus, como concebida sob o atributo da extensão; o mundo mental é essa mesma forma de deus, como concebida sob o atributo do pensamento. Deus é causa de tudo, mas no sentido aristotélico do termo /v. Causa/: é causa porque se explica a si mesmo, e não porque se gera a si mesmo; todas as coisas encontram sua explicação e substância em deus, que não é causa transitiva do mundo (algo externo que traz o mundo à existência), mas causa imanente: a existência e a essência do mundo são explicadas pela existência e a essência de deus [7].
Filosofia política: A superstição (a crença num deus raivoso, por exemplo) convém à igreja e favorece regimes autoritários. Separação entre igreja e estado [1].
Notas e adendos:
[1] V2013g.
[2] Wkp.
[3] Porque não podem coexistir um infinito (deus) e um algo a mais (a natureza) ("Baruch Spinoza." Encyclopedia of World Biography. 2004. Retrieved April 06, 2015 from Encyclopedia.com: http://www.encyclopedia.com/doc/1G2-3404706092.html).