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Xamã


index do verbete
O feiticeiro, pintura da caverna do Paleolítico (Pireneus franceses).

cpm

O xamã é uma pessoa, homem ou mulher, que no final da infância ou início da juventude passa por uma experiência psicológica transfiguradora, da qual faz parte o êxtase, e que a leva a se voltar inteiramente para dentro de si mesma. É uma espécie de ruptura esquizofrênica. O inconsciente inteiro se abre, e o xamã mergulha nele (f.: Campbell, Joseph & Moyers, Bill. O poder do mito. Trad. Carlos Felipe Moisés. São Paulo: Palas Athena, 1990, p. 89].

Os artistas de hoje, os poetas, são a contraparte moderna do xamã. São eles que devem interpretar a divindade inerente à natureza, transmitir os mitos (Idem, ibidem, p.105].

O xamanismo estava presente principalmente nas culturas ligadas à caça, porque são individualistas e exigem habilidades especiais, diferentes do sedentarismo da vida rural, onde o homem apenas espera pela ação da natureza.

Cada xamã tinha sua experiência mística, considerava os deuses reveladores ancestrais seus, e praticamente fundava sua própria religião (Idem, ibidem, p. 106]. Não era um mero funcionário, como os sacerdotes.

A diferença entre um sacerdote e um xamã é que o primeiro é um funcionário e o segundo é alguém que teve uma experiência (Idem, ibidem, p. 62]. Uma pessoa que teve uma experiência mística sabe que toda tentativa de expressa-la simbolicamente é imperfeita.

f.: Campbell, Joseph & Moyers, Bill. O poder do mito. Trad. Carlos Felipe Moisés. São Paulo: Palas Athena, 1990.

Dança do transe dos bosquímanos.

Serve para revelar o xamã. As mulheres — que vivem separadas dos homens — só se unem a eles na dança ritual. Sentam-se em círculo e marcam o ritmo batendo nas coxas, controlando a dança, porque a mulher é a vida, e o homem é o servidor da vida. Os homens dançam ao redor do círculo, e durante a dança um deles sofre possessão, que se caracteriza por um clarão, relâmpago ou flecha luminosa que sobe da área pélvica, atravessa a espinha até a cabeça.

f.: Campbell, Joseph & Moyers, Bill. O poder do mito. Trad. Carlos Felipe Moisés. São Paulo: Palas Athena, 1990.

1001

Evidências de que o xamanismo é praticado desde 40 mil anos atrás.

Xamã (do tungue saman) é sacerdote que, em estado alterado de consciência (transe ou alucinação induzida por psicotrópico) contata o mundo dos espíritos para obter ajuda.

Quatro características: a) intermediário entre o mundo humano e o dos espíritos, b) só intermedia mediante certos rituais, c) num estado alterado de consciência fala com o mundo dos espíritos (para perguntar sobre o futuro ou sobre a cura de doenças), d) é responsável por perpetuar uma tradição recontando mitos e histórias sagradas.

v. Médium.
ENCYCLOPAEDIA V. 51-0 (11/04/2016, 10h24m.), com 2567 verbetes e 2173 imagens.
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