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Mago


index do verbete

Dicta

Orfeu. Água. Cabeça. [Argo], o barco brilhante, branca nave. [Cítara], Lira que arrastava animais e montanhas. Venceu Quíron em concurso musical ganhando o direito de entoar o canto do mundo (do nascimento do mundo). No Centro da Ilha, triplamente cercada, a [Palmeira] em cujo ramo estava o [Velocino] de ouro, guardado pelo Dragão que nunca dorme, perto da palmeira a sensação de quietude e bem estar. Cabeça, mordida por Serpente, lançada ao mar, e canta. Mênades. Culto: vestir uma cabeça, e embalá-la até que pela boca do mago, comece a profetizar. Evitar beber da fonte do esquecimento. As almas puras vão para Oeste, o Inferno fica a Leste. Todo deus deve morrer, ir aos infernos e renascer /Katabasis/.

kiema

O título francês desta carta, Le Bateleur, pode ser traduzido também como Prestidigitador, Malabarista, Pelotiqueiro, Bufão, Acrobata ou Cômico. O termo Prestidigitador talvez fosse o mais adequado ao simbolismo dinâmico do personagem, mas é comum que seu nome seja traduzido do inglês Magician, Mágico ou Mago.

Um prestidigitador, de pé, frente à mesa onde coloca os seus instrumentos, segura uma esfera ou um disco amarelo entre o polegar e o indicador da mão direita, enquanto com a mão esquerda aponta obliquamente para o chão uma vareta curta.

O personagem é representado de frente, com o rosto voltado para a esquerda. (Nas referências aos protagonistas de cada carta, será considerada sempre a esquerda e a direita do leitor). Usa um chapéu cuja forma lembra o símbolo algébrico de infinito ( ) e seus cabelos, em cachos louros, escapam desse curioso chapéu. Veste uma túnica multicolorida, presa por um cinto amarelo.



Sobre a mesa, da qual se vêem apenas três pernas, há diversos objetos: copos, pequenos discos amontoados, dados, uma bolsa e uma faca com a lâmina descoberta ao lado de sua bainha.

O prestidigitador está só, no meio de uma campina árida com três tufos de erva; no horizonte, entre as pernas da figura, uma

árvore se desenha contra o céu incolor. Significados simbólicos

Arcano da relação entre o esforço pessoal e a realidade espiritual. Domínio, poder, auto-realização, capacidade, impulso criador, atenção, concentração sem esforço, espontaneidade.

O ser, o espírito, o homem ou Deus; o espírito que se pode compreender; a unidade geradora dos números, a substância primordial. Ponto de partida. Causa primeira. Influência mercuriana.

Interpretações usuais na cartomancia

Destreza, habilidade, finura, diplomacia, eloqüência, capacidade para convencer, espírito alerta, inteligência rápida, homem inquieto nas suas atividades e negócios.

Mental: Facilidade para combinar as coisas, apropriação inteligente dos elementos e dos temas que se apresentam ao espírito.

Emocional: Psicologia materialista; tende para a busca das sensações, do vigor, da qualidade criativa. Generosidade unida a cortesia. Fecundidade em todos os sentidos.

Físico: Muita vitalidade e poder sobre as enfermidades de ordem mental ou nervosa, neuroses e obsessões. Esta Carta indica uma tendência favorável para questões de saúde, mas não assegura a cura. Para conhecer o diagnóstico é necessário considerar outras cartas.

Sentido negativo: Charlatão persuasivo, sugestivo, ilusionista, intrigante, politiqueiro, impostor, mentiroso, explorador de inocentes. Agitação vã, ausência de escrúpulos. Discussões, brigas que podem se tornar violentas, dado o vigor do personagem. Mau uso do poder, orientação defeituosa na ação, operações inoportunas. Tendência à dispersão nas ações, falta de unidade nos processos e atividades. Duvida. Indecisão. Incerteza frente aos acontecimentos. História e iconografia Desde a antiguidade clássica são bem conhecidos esses personagens que ganhavam a vida com suas habilidades. Seu ofício se combinava freqüentemente com a apresentação de danças e a prática do charlatanismo – passavam o seu tempo a vagabundear pelas feiras.

Não há muitas marcas literárias de sua passagem pela cultura européia, mas, em compensação, foi um personagem de prestígio nas artes gráficas desde os primeiros tempos. As gravações medievais costumam mostrá-lo no desempenho de suas mágicas frente a um grupo de espectadores absortos.



O Tarô suprime as testemunhas e acrescenta detalhes originais (a mesa de três pernas, a posição das pernas e dos braços do protagonista, entre outros), mas o seu parentesco com os registros sobre as feiras é evidente.

Pode-se acrescentar que, no mundo islâmico, o Prestidigitador foi também um personagem de vasta popularidade.

Num sentido mais geral, o Prestidigitador pode ser considerado símbolo da atividade originária e do poder criador existente no homem. Como ponto de partida do Tarô, é também o primeiro passo iniciático, a vontade básica no caminho para a sabedoria, a matéria primordial dos alquimistas, o barro paradisíaco do qual será obtido o Adão Kadmon.

“Se o mundo visível não passa de ilusão – pergunta-se Oswald Wirth – o seu criador não será o ilusionista por excelência?”

Neste plano, o Prestidigitador identifica-se com a materialidade do ser criado, até que o demiurgo e a criatura tornam-se o mesmo: certamente há aqui um sentido psicológico, para o qual a identidade é produto da experiência pessoal (o homem é o resultado das suas próprias ações). Desta maneira, pode-se interpretar a supressão da quarta perna da mesa como representativa do ternário humano no mundo (espírito-psique-corpo).



Uma das especulações em torno do personagem do Arcano I pode ser estabelecida a partir da sua atividade intensa, de seu dinamismo sem repouso (produto de seu caráter de intermediário entre o sensível e o virtual), atributo que o relaciona de modo estreito ao simbolismo de Mercúrio.

Nesse sentido, a vareta que traz na mão esquerda seria a simplificação do caduceu, assim como seu estranho chapéu corresponde quase exatamente ao capacete alado da divindade. Seu nome grego significaria “intérprete, mediador”, o que confirmaria essa hipótese.

Muito já se estudou sobre o papel fundamental desempenhado por Hermes Trimegistro na história do ocultismo; os alquimistas desenvolveram boa parte de suas sutis investigações em torno do simbolismo de Mercúrio; não é absurdo, portanto, supor que o Tarô tenha sido colocado sob sua invocação.

O arcano do Mago é também relacionado ao Aleph ( ), do alfabeto hebraico, e pode ser associado à idéia de princípio e também ao primeiro som articulável ( a ) que, segundo a tradição “expressa a força, a causa, a atividade, o poder” e seria o paradigma do homem em sua relação com as demais criaturas.

chevalier & Gheerbrant



Por um estranho paradoxo, trata-se de um prestidigitador, um ilusionista, 5 um criador de um mundo ilusório através de gestos e palavras, que abre o jogo das vinte e duas cartas maiores do Tarô. As suas vestes com vermelho e o azul perfeitamente alternadas, estão seguras à cintura por um cinto amarelo, formando a parte intermediária; uma meia azul cobre na perna esquerda, o pé está calçado de vermelho; a perna direita é vermelha, o pé está calçado de azul; os pés estão postos em forma de esquadro. A mão que segura uma varinha e sai da manga azul está levantada em direção ao céu, o que simboliza a evolução necessária da matéria, ao passo que a mão que tem uma moeda e sai da manga vermelha se dirige para baixo: é o Espírito que penetra na matéria. Todas as aparências sublinham a divisão de um ser, igualmente produto de dois princípios opostos, e a dominação da sua dualidade pelo equilíbrio e supremacia do Espírito. O chapéu do Saltimbanco, de fundo amarelo, com abas verdes e fímbrias vermelhas, faz lembrar a forma do sinal algébrico do infinito: o seu chapéu coroa simbolicamente tudo o que o Saltimbanco pode representar: a lemniscata de fimbria vermelha faz-nos lembrar o último triunfo do espírito na Unidade.

O Saltimbanco está junto da mesa, cor de carne (o que realça o seu caráter humano), da qual apenas vemos três pernas que poderiam estar marcadas pelos signos do Enxofre, Sal e mercúrio /v. Mercúrio, elemento/, pois são os três pilares do mundo objetivo. Sobre esta mesa estão espalhados vários objectos que correspondem às quatro séries dos arcanos menores: ouros, copas, espadas e paus, e indicam a ligação que une as setenta e oito cartas do Tarô.

Sendo o que abre e orienta o jogo, o Saltimbanco não será realmente senão um ilusionista que se burla de nós, ou esconderá, sob os seus cabelos brancos que terminam em caracóis dourados, como se estivesse fora do tempo, a profunda sabedoria do Mago e o conhecimento dos segredos essenciais? Ele designa, geralmente, o consulente, e tanto pode indicar a vontade, a habilidade e a iniciativa pessoais como a impostura e a mentira. Encontra-se aqui também a ambivalência, o alto e o baixo de quase todos os símbolos.

O seu lugar no jogo, mesmo o seu simbolismo convida-nos a ir para além das aparências: o número Um é o da causa primeira e se, no plano psicológico ou divinatório, o Saltimbanco designa o consulente, no plano do Espírito, manifesta o mistério da Unidade. Simbolizando ao mesmo tempo os três mundos – Deus, pelo sinal de Infinito, o homem e a diversidade do Universo -, o Saltimbanco é, em tudo, o ponto de partida, com todas as riquezas ambivalentes dadas à criatura para que realize o seu destino.

pjm



O Mago, o primeiro Arcano Maior do Tarô, é um arquétipo representado na carta por um adolescente, que tem um longo caminho a percorrer. Normalmente, tem sobre a sua cabeça o símbolo do infinito, dadas as inúmeras possibilidades e oportunidades que tem à sua frente. Esta carta tem o número I e a letra hebraica Beth.

Início, maestria, objetividade.

A carta do Mago dá início à caminhada espiritual. Indica sempre que algo novo está a começar. Tem uma mesa à sua frente, onde se podem ver quatro objectos simbólicos: uma taça, um punhal, um pergaminho e uma moeda, que pode ter a imagem do pentagrama. Parece que precisa de ajuda superior para tomar uma decisão e por isso ergue um pequeno bastão para o alto, captando energia e dirigindo-a para baixo, com a outra mão. É como se ele fosse o elo entre as energias divinas e o mundo material, mas precisa de ajuda porque ainda é um aprendiz. O punhal é o simbolo da luta, da energia sexual, do poder e da vitória. A moeda é o simbolo do mundo material, dos bens e do dinheiro. O pergaminho é a inteligência, o estudo, a espiritualidade. A taça, por sua vez, simboliza as emoções, o amor, o coração, a sensibilidade. O bastão é o simbolo da vontade e da sabedoria. Na caminhada espiritual, o Mago representa o ponto de partida e a necessidade de fazer uma canalização de vibrações superiores para poder realizar uma evolução.

A carta representa o poder da mente em direcionar um projeto com maestria, concentrando esforços e inteligência para um determinado fim. Representa também a concentração sem esforço, pois trabalha e cria com naturalidade e espontaneidade. Pode representar ainda como uma necessidade de tomar uma iniciativa imediatamente, de ousar mais. Arcano da relação entre o esforço pessoal e a realidade espiritual. Domínio, poder, auto-realização, capacidade, impulso criador, atenção, concentração sem esforço, espontaneidade. O ser, o espírito, o homem ou Deus; o espírito que se pode compreender; a unidade geradora dos números, a substância primordial. Ponto de partida. Causa primeira. Influência mercuriana.

Palavras-Chave

Destreza, habilidade, finura, diplomacia, eloqüência, capacidade para convencer, espírito alerta, inteligência rápida, homem inquieto nas suas atividades e negócios.

Mental: Facilidade para combinar as coisas, apropriação inteligente dos elementos e dos temas que se apresentam ao espírito.

Emocional: Psicologia materialista; tende para a busca das sensações, do vigor, da qualidade criativa. Generosidade unida a cortesia. Fecundidade em todos os sentidos.

Físico: Muita vitalidade e poder sobre as enfermidades de ordem mental ou nervosa, neuroses e obsessões. Esta Carta indica uma tendência favorável para questões de saúde, mas não assegura a cura. Para conhecer o diagnóstico é necessário considerar outras cartas.

Sentido negativo: Charlatão persuasivo, sugestivo, ilusionista, intrigante, politiqueiro, impostor, mentiroso, explorador de inocentes. Agitação vã, ausência de escrúpulos. Discussões, brigas que podem se tornar violentas, dado o vigor do personagem. Mau uso do poder, orientação defeituosa na ação, operações inoportunas. Tendência à dispersão nas ações, falta de unidade nos processos e atividades. Duvida. Indecisão. Incerteza frente aos acontecimentos.

História e iconografia

Desde a antiguidade clássica são bem conhecidos esses personagens que ganhavam a vida com suas habilidades. Seu ofício se combinava freqüentemente com a apresentação de danças e a prática do charlatanismo – passavam o seu tempo a vagabundear pelas feiras.

Não há muitas marcas literárias de sua passagem pela cultura européia, mas, em compensação, foi um personagem de prestígio nas artes gráficas desde os primeiros tempos. As gravações medievais costumam mostrá-lo no desempenho de suas mágicas frente a um grupo de espectadores absortos.

O Tarot suprime as testemunhas e acrescenta detalhes originais (a mesa de três pernas, a posição das pernas e dos braços do protagonista, entre outros), mas o seu parentesco com os registros sobre as feiras é evidente.

Pode-se acrescentar que, no mundo islâmico, o Prestidigitador foi também um personagem de vasta popularidade.

Num sentido mais geral, o Prestidigitador pode ser considerado símbolo da atividade originária e do poder criador existente no homem. Como ponto de partida do Tarô, é também o primeiro passo iniciático, a vontade básica no caminho para a sabedoria, a matéria primordial dos alquimistas, o barro paradisíaco do qual será obtido o Adão Kadmon.

“Se o mundo visível não passa de ilusão – pergunta-se Oswald Wirth – o seu criador não será o ilusionista por excelência?”

Neste plano, o Prestidigitador identifica-se com a materialidade do ser criado, até que o demiurgo e a criatura tornam-se o mesmo: certamente há aqui um sentido psicológico, para o qual a identidade é produto da experiência pessoal (o homem é o resultado das suas próprias ações). Desta maneira, pode-se interpretar a supressão da quarta perna da mesa como representativa do ternário humano no mundo (espírito-psique-corpo).

Uma das especulações em torno do personagem do Arcano I pode ser estabelecida a partir da sua atividade intensa, de seu dinamismo sem repouso (produto de seu caráter de intermediário entre o sensível e o virtual), atributo que o relaciona de modo estreito ao simbolismo de Mercúrio.

Nesse sentido, a vareta que traz na mão esquerda seria a simplificação do caduceu, assim como seu estranho chapéu corresponde quase exatamente ao capacete alado da divindade. Seu nome grego significaria “intérprete, mediador”, o que confirmaria essa hipótese.

Muito já se estudou sobre o papel fundamental desempenhado por Hermes Trismegisto na história do ocultismo; os alquimistas desenvolveram boa parte de suas sutis investigações em torno do simbolismo de Mercúrio; não é absurdo, portanto, supor que o Tarô tenha sido colocado sob sua invocação.

Variações:

alguns tarots associam o Mago à letra hebraica Aleph.



tcom

Magic is essentially the process of transformation. Without some inner magic, our real self is doomed to lie forever hidden under the confused world of emotions, physical needs and social conditioning. The Magician (also called The Juggler) is the part of ourselves that inaugurates this transformation. On the table in front of The Magician is a collection of implements: some packs show the pentacle, the chalice, the wand and the sword, symbolizing respectively existence, love, wisdom and inner realization, and also the four elements that make up not only the world but our own bodies. The pentacle and the cup also represent the female, inner, receptive side of existence, while the wand and the sword symbolize the male, outer, penetrative side. Without the union of female and male there is no creation.

Divinatory meaning: planned or foreseen new beginning. Self-confidence, strength of will, readiness to take risks. Reversed: weakness of will, inability to take new opportunities.
ENCYCLOPAEDIA V. 51-0 (11/04/2016, 10h24m.), com 2567 verbetes e 2173 imagens.
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