parent nodes: Glossário de artes e narratologia | Mentor | Modo narrativo | Personagens, estudo | Roteiro de análise de obras artísticas | Tipos de Personagens


Personagens tipo


index do verbete

O Herói.

Sacrifica-se pelo bem comum. É preciso que o público tenha identificação com o herói, por isso deve ter feição humana, qualidades e fraquezas. O motivo da jornada é a falta de algo, o herói incompleto e vai em busca da plenitude. O resultado é a autotransformação, mesmo que o ambiente não se altere o herói não o enxerga mais da mesma forma. O sacrifício foi feito o herói morre para dar lugar a outro. A morte pode ser física ou simbólica.

O Mentor.

Como a função do herói é o aprendizado, ele necessita de alguém que o guie. O mentor pode ser um herói de uma jornada anterior, uma projeção do que o herói se tornará ao fim de sua aventura. Ou um herói que, no passado, falhou. Além dos ensinamentos o mentor pode dar ao herói algum presente que o ajude na sua jornada, ou , em certas histórias o mentor pode fazer um papel de consciência do herói. Os guardiões são representações simbólicas do psíquico total que supre o ego da força que lhe falta.

O guardião do limiar

: tenta impedir que o herói continue sua trilha, às vezes se torna aliado do herói ou até uma espécie de mentor. O guardião, assim, como o mentor pode estar representado por cenários, objetos, pensamentos.

O arauto

O camaleão

: visa acabar com a previsibilidade da história. Dúvida com a relação à fidelidade do camaleão. Pode ser um aliado ou aliado da sombra. O camaleão pode ser assumido, momentaneamente, por personagens que representam outros arquétipos.

A Sombra

O pícaro

: qualquer personagem cômico. Denuncia a hipocrisia e o lado ridículo das situações apresentadas. Alívio cômico.

O orelha

: sua função é fazer com que as personagens principais passem informações ao espectador, através do diálogo.

X2008n Narratologia

49 No roteiro, uma personagem pode representar um arquétipo. Nestas histórias o vilão sempre agirá como vilão e o herói como herói. Por outro lado existem roteiros que querem dar um aspecto mais humano as suas personagens, nestes cada personagem pode apresentar ou representar diferentes aspectos no decorrer da história. Segundo Christopher Vogler, os principais arquétipos são: herói, mentor, guardião do limiar, arauto, camaleão, sombra, pícaro,

7.a O Herói.

50 A principal característica que define este arquétipo é capacidade que ele tem de se sacrificar em nome do bem estar comum. Nos filmes de ação este arquétipo é personificado, preferencialmente, pelo protagonista. É ele que vai conduzir a história aos olhos do espectador, o desenvolvimento da trama está pautado nas ações do herói perante o ambiente que lhe é apresentado e no resultado destas ações. Portanto, para um roteiro ser bem aceito pelo público é preciso que este tenha uma identificação com o herói. Quanto mais humana a feição do seu herói mais provável a identificação. É preciso que o herói tenha suas qualidades louváveis e desejadas pelo espectador e ao mesmo tempo possua fraquezas que o tornem mais humano e mais próximo.
51 Com o herói sendo o protagonista, o roteiro se torna um relato da aventura deste. Uma jornada, onde ele deixa o seu mundo comum e cotidiano e parte para novas descobertas e desafios. O estímulo para esta jornada é a mudança de algo em seu mundo comum, e ele parte para buscar a restauração deste mundo, ou ele está insatisfeito em seu mundo e parte para provocar uma mudança. Em ambos os casos o motivo da jornada é a falta de alguma coisa. O herói se sente incompleto e vai em busca de sua plenitude. O resultado é a transformação do próprio herói. Mesmo que o ambiente não se altere o herói não o enxerga mais da mesma forma. O sacrifício foi feito o herói do começo da história morre para dar lugar a outro.
52 O confronto com a morte é outra característica deste arquétipo. A morte pode ser física ou simbólica, mas está presente. Na maior parte dos casos o herói se depara com a morte eminente e triunfa sobre ela, se tornando um mártir (quando ocorre a morte física) ou renascendo a partir de sua própria destruição (quando a morte física foi apenas uma ameaça ou quando a morte é simbólica), em ambos os casos o herói triunfa.
53 O arquétipo do herói não é exclusivo do protagonista, muitas personagens (inclusive o vilão ou sombra) podem Ter atitudes heróicas. Da mesma forma que o herói pode Ter características de outros arquétipos. A riqueza de uma personagem é sua complexidade, a capacidade de assumir outros arquétipos, sem se esquecer do principal, dá uma dimensão humana permitindo a identificação e a credibilidade. Poucos acreditam em heróis que só praticam o bem pelo bem e em vilões que só praticam o mal pelo mal.

7.b o Mentor

54 Como a função do herói é o aprendizado, ele necessita de alguém que o guie, pelo menos até o momento que ele possa andar com seus próprios pés. O mentor pode ser um herói de uma jornada anterior, portanto, ele é uma projeção do que o herói se tornará ao fim de sua aventura. Em outros casos o mentor pode ser um herói que, no passado, falhou na sua jornada, mas mesmo assim adquiriu alguma experiência que pode ser útil ao herói.
55 Além dos ensinamentos o mentor pode dar ao herói algum presente que o ajude na sua jornada, ou , em certas histórias o mentor pode fazer um papel de consciência do herói.
56 De um modo geral a função do mentor é estimular a entrada do herói na aventura. Dando-lhe um presente ou apresentando a situação de tal maneira que o herói vença o seu medo e parta para a aventura.

7.c o guardião do limiar

57 No decorrer da aventura o herói enfrenta desafios. Estes desafios podem ser obstáculos, tentando impedir que o herói continue sua trilha ou aliados que estão ali para testa-lo. Muitas vezes um guardião depois de ser ultrapassado se torna aliado do herói ou até uma espécie de mentor.
58 Em algumas histórias estes guardiões são aliados do vilão que possuem poder menor que este. Para a preparação do herói é necessário que ele enfrente estes asseclas e se torne mais forte para enfrentar o vilão. Neste sentido o guardião é uma prévia da luta final. Se a história é uma luta psicológica os guardiões estão representados nas próprias limitações internas do herói.
59 O guardião, assim, como o mentor pode estar representado por cenários, objetos, pensamentos. Não precisam, necessariamente , ser personagens da história para se fazerem presentes.

7.d o arauto

60 O arauto é a primeira chama à mudança, pode ser uma personagem ou fato que traga ao herói a vontade ou decisão de lançar na aventura. Em algumas histórias o arauto representa a primeira manifestação das energias da sombra.
61 Quando o herói vive uma situação de desequilíbrio o arauto é a força que vai ser a gota da água. O herói parte para enfrentar o primeiro guardião de limiar.

7.e o camaleão

62 A característica deste arquétipo é a mudança. Pode estar representado por uma personagem, geralmente de sexo oposto ao do herói, que aos olhos do herói e do espectador apresente uma mudança de aparência ou de espírito, de forma que não se possa prever suas ações.
63 A função do camaleão é acabar com a previsibilidade da história. O herói, assim como o espectador, fica em dúvida com a relação à fidelidade do camaleão. Pode ser um aliado ou aliado da sombra.
64 O arquétipo do camaleão pode ser assumido, momentaneamente, por personagens que representam outros arquétipos. O sombra, o herói, o mentor, o guardião, enfim todos podem apresentar as características do camaleão para atender melhor suas próprias funções. Muita vezes isto se dá quando uma personagem representativa de um arquétipo finge ser representante de outro.

7.f a sombra

65 A sombra é representada pelo vilão ou inimigo do herói. Seu objetivo é, geralmente, a morte ou destruição definitiva do herói. Por outro lado, o antagonista do herói pode ser um aliado que discorda das ações do herói e opta por tomar outras ações, de forma que ambos entram em uma competição para se resolver a história.
66 A função primordial da sombra é impor desafios ao herói, de modo que este tenha que se fortalecer para vence-los. A sombra pode ser um reflexo negativo do herói. Em uma história de luta psicológica, a sombra é representada por traumas e culpas do próprio herói.
67 Assim como o herói, a sombra pode se tornar mais interessante se possuir uma feição humana, ou seja, ter defeitos ou qualidades que a aproximem do espectador. Além das fraquezas mortais, a sombra pode ter um lado bom ou uma visão que justifique suas ações.

7.g o pícaro

68 Este arquétipo pode ser representado por um palhaço ou qualquer personagem cômico, ele carrega em si o desejo de mudança da realidade.
69 A função deste arquétipo é acordar o herói para a realidade, denunciando a hipocrisia e o lado ridículo das situações apresentadas. Esta função também atinge o público, uma vez que este e o herói estão ligados, trazendo um alívio cômico após uma situação tensa da história.
70 Este arquétipo também pode aparecer ou ser assumido por personagens representativas de outros arquétipos. O herói picaresco, por exemplo, é muito comum em contos tradicionais de vários países e uma constante nos desenhos animados infantis.
71 Além destes arquétipos apontados por Vogler, aponto outros dois tipos de personagem que podem facilitar o trabalho do escritor.

7.h o anjo

72 O anjo pode se confundir com os arquétipos do mentor e o do guardião do limiar, a sua função é ligar o herói a um destino ou um plano maior. A influência do anjo faz com que o herói siga em sua jornada. A função do anjo pode ser exercida por diversas personagens, em algumas histórias a personagem pode não perceber que está desempenhando este papel.
73 Quando o herói é bem construído, enquanto personagem, ele tem vontade própria. A interferência direta do autor nas decisões do protagonista fazem com que este perca a credibilidade diante do público. Portanto se uma decisão do herói o afasta do rumo da história, um anjo pode fazer com ele retorne ao caminho original. Os anjos também podem aparecer como anjos caídos que fazem o herói se afastar de seu objetivo.

7.i o orelha

74 Este é um tipo de personagem muito comum em telenovelas, sua função é fazer com que as personagens principais passem informações ao espectador, através do diálogo. Ele não tem trajetória própria e aparece sempre próximo ao protagonista ou ao vilão e ouve suas impressões pessoais sobre o desenrolar da história.

O vilão

244 Em narratologia e nos estudos de literatura e roteiro, um vilão é a encarnação do mal em relatos históricos e trabalhos de ficção. Cumprem o papel de antagonista ante o herói/protagonista.
245 Geralmente é uma figura ardilosa, que utiliza suas habilidades com o intuito de prejudicar alguém ou conseguir algo que deseja de formas excusas. Muitas vezes com planos, que são aplicados ao longo da trama, prejudicando normalmente o protagonista, mas ao termino, é de praxe que para ter um final aceitável aos olhos do publico, o vilão tem seu plano arruinado de forma heróica pelo personagem principal.
246 Existem alguns vilões que são facilmente encontrados nas historias, alguns exemplos:
247 Lorde das Trevas: Um vilão com forças diabólicas, normalmente possuem algum poder mágico, mas ligado as trevas, na maioria das vezes tem como objetivo dominar o mundo, ou galáxias. Geralmente são homens.
248 Gênio do mal: Esse utiliza sua inteligência para atingir seus objetivos

comic relief

239 Em narratologia e nos estudos de literatura e roteiro, um 'comic relief (em inglês, literalmente, “alívio cômico”) é um personagem que tem função de acrescentar humor à narrativa, quebrando situações de drama ou suspense. O termo foi popularizado nos anos 1990 a partir do memorando de Vogler e da disseminação mundial dos seriados norte-americanos, que expuseram paradigmas narrativos repetitivos (clichês).
240 O comic relief muitas vezes toma forma de um sidekick (amigo ou companheiro de jornada do herói). Neste uso, o personagem geralmente comenta sobre o absurdo da situação vivida pelo herói e faz outras observações que seriam inapropriadas para um personagem que deve ser levado a sério.
241 Muitos autores utilizam crianças como personagens de alívio cômico.
242 Em certos casos, a propriedade de um comic relief em algumas obras é discutível, já que determinados leitores (ou quem for o público) podem reagir negativamente em vez de serem humoristicamente provocados. Um exemplo notável foi a má recepção generalizada recebida pelo personagem Jar Jar Binks no filme Star Wars: Episódio I - A Ameaça Fantasma.
243 William Shakespeare utilizava com profusão este recurso em suas tragédias: o personagem recorrente Falstaff e o porteiro de Macbeth são alguns exemplos. Às vezes, a inclusão de piadas e trocadilhos feitas por ele em cenas supostamente sérias podem parecer de mau gosto para públicos atuais.

X2008n Narratologia, outro

21 Para Greimas, os personagens da narrativa são chamados de “actantes“, divididos em diferentes classes ou categorias de acordo com suas funções na trama.

3.b (i) Protagonista ou Herói

22 - em geral, mas não necessariamente, personifica o “Bem“ e os valores morais defendidos pelo narrador; no caso de um protagonista utilizado como um contra-exemplo moral, chama-se de “anti-herói“; é chamado ainda de personagem principal

3.b (ii) Antagonista ou Vilão

23 - em geral, mas não necessariamente, personifica o “Mal“ e os valores morais combatidos pelo narrador; o vilão também pode ser o protagonista da narrativa, como em O Fantasma da Ópera.

3.b (iii) Par Romântico ou Mocinha

24 - independentemente do gênero (masculino ou feminino), representa o objeto de afeto do protagonista, às vezes dividido com o antagonista; pode enquadrar-se no mito do amor romântico

3.b (iv) Comic relief

25 - conceito relativamente novo, é uma categoria que inclui os personagens de função predominantemente humorística, como “amigos” e “ajudantes” do protagonista; são exemplos notáveis o personagem Pateta em relação ao Mickey
ENCYCLOPAEDIA V. 51-0 (11/04/2016, 10h24m.), com 2567 verbetes e 2173 imagens.
INI | ROL | IGC | DSÍ | FDL | NAR | RAO | IRE | GLO | MIT | MET | PHI | PSI | ART | HIS | ???