A realidade pode ser vista a partir de inúmeras perspectivas, todas verdadeiras. A única perspectiva falsa é a que pretende ser única (filosofias estática). O conhecimento é apreensão do objeto a partir de um ponto de vista espaço-temporal (Teichmüller, 1882), e este dá lugar a universos aparentemente distintos, que são perspectivas de um mesmo universo (Leibniz, 1714). Assim a consciência, condicionada ao lugar que ocupa no espaço e tempo, assimila um mundo aparente determinado pelas necessidades do sujeito, incapaz de apreender a objetividade (Nietzsche): o sujeito seleciona o que deseja conhecer (Ortega y Gasset). Cada verdade é válida nos limites do ponto de vista do sujeito. A superação da perspectiva dependeria da considerar as coisas de um ponto de vista absoluto, que não existe. Ortega y Gasset, Sartre, Merleau-Ponty[1], Giordano Bruno[3].
Epistemologia: toda percepção e pensamento tem lugar a partir de uma perspectiva que é alterável. O conceito foi criado por Leibniz. O desenvolvedor e mais proeminente defensor da idéia é Nietzsche. Ele influenciou idéias similares em filósofos como José Ortega y Gasset. O perspectivismo diferencia-se do objetivismo e do relativismo, apesar de semelhanças pontuais com um e outro:
a) Tal como o Objetivismo, ou Realismo, o perspectivismo defende que há uma única realidade, mas acrescenta a essa tese Metafísica (pois se trata de uma tese sobre a realidade) a tese epistemológica sobre a perspectiva de cada um frente a realidade.
b) Tal como o Relativismo, o perspectivismo defende que diferentes indivíduos percebem a realidade diferentemente. Mas, ao contrário do relativismo, o perspectivismo não diz que há tantas realidades quantas percepções da mesma [2].