parent nodes: 30, na cabala | Quoph | Resh | SignificadosDasCartas | Sol


Sol, carta de tarot


index do verbete

kiema

XVIIII ou XIX. O Sol O Arcano da Intuição

Dois meninos estão de pé diante de um muro, sob um sol que tem rosto humano, e do qual chovem treze lágrimas de cores.

Os dois meninos vestem apenas uma tanga ou calção (azuis, na ed. Grimaud). O menino da direita parece apoiar uma mão, que não se vê, na nuca do seu camarada, estendendo o braço esquerdo um pouco para trás. O outro tem a sua mão esquerda na altura do plexo solar de seu companheiro, e o braço direito numa posição mais ou menos paralela.



No chão, duas pedras, similares às que aparecem na carta XVI - A Torre. O muro que está por detrás dos meninos é amarelo, com a borda superior vermelha.

Do disco solar, humanizado pelo desenho de um rosto visto de frente, surgem 75 raios; 16 têm forma triangular – a metade com as bordas retas e a outra metade com as bordas onduladas — e os 59 restantes são simples raios negros. Treze gotas, ou lágrimas, ocupam o espaço entre o Sol e os meninos.

Significados simbólicos

Vitalidade, alegria. Ressurreição diária ao final da noite.

Intuição, clareza. O princípio celeste. Luz. Razão.

Concórdia. Influência solar.

Interpretações usuais na cartomancia



Discernimento límpido, clareza de juízo e de expressão. Talento literário ou artístico. Paz, harmonia, bom acordo. Felicidade conjugal. Fraternidade, inteligência e bons sentimentos. Reputação, glória, celebridade. Alegria, sucesso, vitalidade, força, vivacidade. Compreensão, calor, amor, crescimento.

Mental: propósitos elevados. Sabedoria nos escritos, difusão popular harmoniosa; pensamento que alcança grande altura.

Emocional: Afeto cavalheiresco, desvelo, altruísmo. Os grandes sentimentos.

Físico: A saúde, a beleza física. Elemento de triunfo, saída para qualquer situação adversa que se esteja atravessando.

Sentido negativo: Grande adversidade, sorte contrária, tentativas na escuridão.

Deslumbramento. Vaidade, pose, fanfarrice. Amor-próprio, susceptibilidade.

Miséria dissimulada sob uma fachada exuberante. Aparência simuladora, decoração. Artista fracassado, incompreendido.

História e iconografia

Para van Rijneberk, o arcano XVIIII não tem originalidade iconográfica, já que a sua figura central – o Sol – é a mesma que pode ser encontrada em qualquer figuração do astro, e que os elementos restantes são também especialmente pobres.



Talvez os dois meninos façam uma alusão astrológica ao signo de Gêmeos, período do ano que, no hemisfério norte, corresponde ao soltício de verão.

No desenho que Oswald Wirth concebeu para este arcano, os integrantes do par de protagonistas são de sexo diferente e, embora pareçam adolescentes, já não são crianças. O autor atribui a eles a condição de filhos da luz, e também a de uma alegoria das bodas entre o sentimento e a razão. Na escala individual, simbolizam a tarefa de regeneração que o universo começou a realizar a partir da queda. É por isso que Wirth os considera como “aqueles que reconquistarão o Paraíso”.

No Tarô de Carlos VI, no lugar do par aparece uma fiandeira com o fuso entre as mãos; provavelmente trata-se de uma referência a Penélope e ao ardil com o qual conseguiu preservar-se até a volta do herói.

Nas variantes contemporâneas ao "Tarot Gringonneur", por volta da metade do século XV, pode-se ver também a reprodução dos quatro cavaleiros do Apocalipse.

Não é impossível que, como sugere van Rijneberk, o par de crinças, que aparece no tarô clássico, represente o rico e complexo simbolismo do signo de Gêmeos. É importante lembrar que a passagem do Sol pelo signo de Gêmeos indica, no hemisfério norte, o ponto de nascimento do verão, estação associada ao reino solar e luminoso.

A alternância de raios retos e ondulados da efígie solar do Tarô de Marselha, seria uma alusão ao duplo efeito das radiações do astro (luz e calor).

No campo divinatório costuma-se opor o Sol à Lua por analogia de contrários: luz quente x luz fria; luz potente x luz fraca; dia x noite; masculino x feminino...

Relacionado ao aspecto Filho das divindades trinitárias, as qualidades do Sol aparecem freqüentemente como atributos dos heróis, seja porque estes são exaltados à altura do Sol, ou porque o sol se manifesta de maneira excepcional em alguma circunstância de suas vidas. Um exemplo é que o Sol se oculta prodigiosamente como protesto pela morte do eleito, nas lendas de Héracles e Sigfrido.

No Antigo Testamento pode-se rastrear a filiação solar de Sansão (Juízes 13.16), desde o seu nome até o lugar em que acontecem suas façanhas (Betsemer, que significa "casa do Sol"), passando pelas relações entre força e cabelo, análogas às peripécias do Sol no seu trânsito pelas estações.

Uma variante deste tema pode ser encontrada no drama do Gólgota, tal como o contam os Evangelhos (Mateus 27, 45; Marcos 15, 33; Lucas, 23, 44-45).

Como no caso do arcano XVIII (A Lua), no entanto, é necessário prevenir contra uma excessiva ênfase no simbolismo solar do arcano XVIIII, o que lhe daria uma importância desmedida no conjunto das vinte e duas cartas.

chevalier & Gheerbrant



Depois do mundo da Lua, no qual a luz não é senão um reflexo, eis o Sol, centro desta luz, décimo nono arcano maior do Tarô e um dos mais enigmáticos. Exprime a felicidade daquele que sabe estar de acordo com a natureza (Enel); a união sincera, a alegria, a família unida (Th. Tereschenko); a concórdia, a clareza de juízo e de expressão, o talento literário ou artístico, a felicidade conjugal, a fraternidade ou o deslumbramento, a vaidade, a pose, o cabotinismo, a fachada simuladora e os adornos prestigiosos (O. Wirth).

Ao lermos estas diferentes interpretações, interrogamo-nos se o Sol do Tarô não significa demasiadas coisas para que exprima ao menos uma. Tentemos, no entanto, olhar com mais atenção. Na carta predomina o amarelo, a cor solar por excelência, que simboliza ao mesmo tempo as perfeições intelectuais, a riqueza do metal e das colheitas, bem como a grande obra alquímica. O disco solar é personificado por um rosto de frente, donde partem setenta e cinco raios: cinquenta e nove são simples traços negros, oito têm a forma de um triângulo alongado, de lados rígidos (quatro amarelos, dois verdes e dois vermelhos) e alternam com outros oito de lados ondulantes (três vermelhos, dois brancos e três azuis) sublinhando assim a dupla acção calorífica e luminosa da irradiação solar.

Pode-se dizer que só os raios vermelhos, cor do espírito todo poderoso, participam desta dupla ação. Treze gotas com a ponta para cima, dispostas de forma simétrica (cinco azuis, três brancas, três amarelas e duas vermelhas) caem do Sol em direcção à Terra: o Sol espalha com profusão a sua energia fecundante, ao passo que a Lua atrai para si as emanações telúricas, e podemos imaginar aqui a chuva de ouro em que Zeus se metamorfoseia para seduzir Danae, num sentido simbólico análogo.

No solo sem vegetação estão dois gêmeos cor de carne, de cabeça destapada, um colar em volta do pescoço, tocando-se com uma das mãos. Fazem lembrar as duas personagens presas ao pedestal do Diabo do arcano XV, mas enquanto estas estavam nuas com um toucado diabólico, os gémeos solares têm uma tanga azul, como se, na luz, já tivessem tomado consciência da sua difernça. Pretendeu-se ver num deles o espírito, elemento solar, positivo e masculino e no outro a alma, elemento lunar, negativo e feminino da entidade humana ou os dois princípios opostos e complementares do activo e do passivo.

Seja como for, como gêmeos estão carregados de um poder particular relacionada com o Sol que distingue os seres e as coisas e as desdobra dando-lhes uma sombra… são a própria imagem da analogia, da fraternidade, da síntese. São, como Adão e Eva, e os heróis-gémeos ancestrais míticos de tantos povos, a expressão desta espécie de partenogénese do andrógino inicial, que marca o ponto de partida da aventura humana, sob o Sol.

De pé, eles estão de costas para um muro, feito de cinco filas de pedras, amarelo como o sol, mas cujo rebordo superior, ao nível da cintura dos dois jovens, é vermelho. O muro marca o limite do seu domínio: A elite que os filhos do sol representam só pode confraternizar ao abrigo de um recinto em alvenaria, diz Oswald Wirth, ao pass que, para D. Carton, o muro de pedra representa a pedra filosofal… o hieróglifo da verdade, do absoluto e do infinito.

Este muro, no qual o rebordo vermelho coloca a marca do espírito, vai até meia altura dos gémeos, como se o homem, que já foi precipitado de uma torre muito mais alta, adquirisse a medida exacta de si próprio e das suas possibilidades. Pois o Sol mostra-nos, afinal, depois de todas as ilusões, a realidade, a verdade de nós mesmos e do mundo. Depois de ter recebido a iluminação, tanto material como espiritual, poderemos enfrentar o Julgamento, vigésimo arcano maior. O Sol aguça a consciência dos limites, é a luz do conhecimento e a fonte de energia.

pjm



O Arcano do Sol mostra uma ou duas crianças nuas (um menino nu pouco, às vezes, cavalgando um pônei branco ou um menino e uma menina), girassóis, muitas vezes, uma parede, por vezes, um muro. Está associada à letra hebraica Resh.

Simbologia

Dois meninos estão de pé diante de um muro, sob um sol que tem rosto humano, e do qual chovem treze lágrimas de cores.

Os dois meninos vestem apenas uma tanga ou calção (azuis, na ed. Grimaud). O menino da direita parece apoiar uma mão, que não se vê, na nuca do seu camarada, estendendo o braço esquerdo um pouco para trás. O outro tem a sua mão esquerda na altura do plexo solar de seu companheiro, e o braço direito numa posição mais ou menos paralela.

No chão, duas pedras, similares às que aparecem na carta XVI - A Torre. O muro que está por detrás dos meninos é amarelo, com a borda superior vermelha.

Do disco solar, humanizado pelo desenho de um rosto visto de frente, surgem 75 raios; 16 têm forma triangular – a metade com as bordas retas e a outra metade com as bordas onduladas — e os 59 restantes são simples raios negros. Treze gotas, ou lágrimas, ocupam o espaço entre o Sol e os meninos.

Palavras-chave

Vitalidade, alegria. Ressurreição diária ao final da noite. Intuição, clareza. O princípio celeste. Luz. Razão. Concórdia. Influência solar. Discernimento límpido, clareza de juízo e de expressão. Talento literário ou artístico. Paz, harmonia, bom acordo. Felicidade conjugal. Fraternidade, inteligência e bons sentimentos. Reputação, glória, celebridade. Alegria, sucesso, vitalidade, força, vivacidade. Compreensão, calor, amor, crescimento.

Mental: propósitos elevados. Sabedoria nos escritos, difusão popular harmoniosa; pensamento que alcança grande altura.

Emocional: Afeto cavalheiresco, desvelo, altruísmo. Os grandes sentimentos.

Físico: A saúde, a beleza física. Elemento de triunfo, saída para qualquer situação adversa que se esteja atravessando.

Sentido negativo: Grande adversidade, sorte contrária, tentativas na escuridão. Deslumbramento. Vaidade, pose, fanfarrice. Amor-próprio, susceptibilidade. Miséria dissimulada sob uma fachada exuberante. Aparência simuladora, decoração. Artista fracassado, incompreendido.

História e iconografia

Para van Rijneberk, o arcano XVIIII não tem originalidade iconográfica, já que a sua figura central – o Sol – é a mesma que pode ser encontrada em qualquer figuração do astro, e que os elementos restantes são também especialmente pobres.

Talvez os dois meninos façam uma alusão astrológica ao signo de Gêmeos, período do ano que, no hemisfério norte, corresponde ao soltício de verão.

No desenho que Oswald Wirth concebeu para este arcano, os integrantes do par de protagonistas são de sexo diferente e, embora pareçam adolescentes, já não são crianças. O autor atribui a eles a condição de filhos da luz, e também a de uma alegoria das bodas entre o sentimento e a razão. Na escala individual, simbolizam a tarefa de regeneração que o universo começou a realizar a partir da queda. É por isso que Wirth os considera como “aqueles que reconquistarão o Paraíso”.

No Tarô de Carlos VI, no lugar do par aparece uma fiandeira com o fuso entre as mãos; provavelmente trata-se de uma referência a Penélope e ao ardil com o qual conseguiu preservar-se até a volta do herói.

Nas variantes contemporâneas ao "Tarot Gringonneur", por volta da metade do século XV, pode-se ver também a reprodução dos quatro cavaleiros do Apocalipse.

Não é impossível que, como sugere van Rijneberk, o par de crinças, que aparece no tarô clássico, represente o rico e complexo simbolismo do signo de Gêmeos. É importante lembrar que a passagem do Sol pelo signo de Gêmeos indica, no hemisfério norte, o ponto de nascimento do verão, estação associada ao reino solar e luminoso.

A alternância de raios retos e ondulados da efígie solar do Tarô de Marselha, seria uma alusão ao duplo efeito das radiações do astro (luz e calor).

No campo divinatório costuma-se opor o Sol à Lua por analogia de contrários: luz quente x luz fria; luz potente x luz fraca; dia x noite; masculino x feminino...

Relacionado ao aspecto Filho das divindades trinitárias, as qualidades do Sol aparecem freqüentemente como atributos dos heróis, seja porque estes são exaltados à altura do Sol, ou porque o sol se manifesta de maneira excepcional em alguma circunstância de suas vidas. Um exemplo é que o Sol se oculta prodigiosamente como protesto pela morte do eleito, nas lendas de Héracles e Sigfrido.

No Antigo Testamento pode-se rastrear a filiação solar de Sansão (Juízes 13.16), desde o seu nome até o lugar em que acontecem suas façanhas (Betsemer, que significa "casa do Sol"), passando pelas relações entre força e cabelo, análogas às peripécias do Sol no seu trânsito pelas estações.

Uma variante deste tema pode ser encontrada no drama do Gólgota, tal como o contam os Evangelhos (Mateus 27, 45; Marcos 15, 33; Lucas, 23, 44-45).

Como no caso do arcano XVIII (A Lua), no entanto, é necessário prevenir contra uma excessiva ênfase no simbolismo solar do arcano XVIIII, o que lhe daria uma importância desmedida no conjunto das vinte e duas cartas.

tcom

Just as the moon is the root symbol of the feminine, so the sun is the root symbol of the male. Here in card nineteen we see The Sun in full splendor, and in many early Tarot packs its radiance falls upon a man and a woman (or Gemini, the Twins) in each other's arms. Full union has taken place, and the two have become one. The sense of alienation, separation and fragmentation which lies at the heart of human unease has disappeared at last. However, the quester's journey is never-ending. The sun rises each morning. The cycle of life is eternal. Beyond the level reached in The Sun there are other levels to be traversed, high above human comprehension. For the moment, though, this is a pause. We can savor the triumph of the spirit. There is a wall behind the figures which does not appear in all packs, but which provides some shade from the sun. The figures are facing away from the sun, as we are not yet ready to look fully into the face of ultimate reality. We are still, even at this stage, separate from it, and its full majesty would overpower us.

Divinatory meaning: success, achievement, triumph over odds, safety after peril, a just reward. Reversed: misjudgment, illusory success, exposure of success obtained by dubious means.
ENCYCLOPAEDIA V. 51-0 (11/04/2016, 10h24m.), com 2567 verbetes e 2173 imagens.
INI | ROL | IGC | DSÍ | FDL | NAR | RAO | IRE | GLO | MIT | MET | PHI | PSI | ART | HIS | ???