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Ártemis
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Zinaida Serebriakova (1884-1967). Diana e Acteonte. Clique no link para ver a imagem em tamanho maior:rel://files/diana-and-actaeon-1917.jpg!Large.jpg
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Ártemis (gr. Ἄρτεμις) é, de certa forma, a versão feminina de Apolo, seu irmão gêmeo /v. Gêmeos, símbolo/. Apesar de ser primariamente uma deusa da caça e da vida selvagem, era também associada ao parto e à Lua, coisas ligadas respectivamente a rituais de fertilidade e à Magia.
Origem
Ártemis é citada nas tabuinhas micênicas em linear B (Pilos, séc. -XIII) e, com o tempo, incorporou os atributos de diversas divindades muito antigas, provavelmente pré-helênicas, como Selene, a deusa da lua, Hécate, Ilítia e Ortia, uma deusa do nascimento cultuada na Lacônia. Por ser também uma deusa da caça, é possível até que tenha sido adorada nessa forma durante o Paleolítico, época em que a caça estave no apogeu.
As relações com a deusa-mãe da Ásia Menor, "senhora dos animais", e com as deusas minóicas são evidentes e igualmente muito antigas. Sua helenização, portanto, não foi completa — na Ilíada, por exemplo, Homero se refere a ela como senhora dos animais (Il. 21.470). É interessante notar que mais tarde, durante o Período Arcaico, o culto à deusa Cibele (uma "senhora dos animais" de origem puramente anatólica) se tornou muito popular em toda a Grécia, paralelamente ao culto de Ártemis.
Para os gregos, Ártemis era filha de Zeus e de Letó, filha do titã Ceos, e o primeiro mito de que participou foi o do próprio nascimento, pois ajudou o parto de Apolo assim que saiu do útero de Letó.
A virgem caçadora
Ártemis usava o arco tão bem quanto Apolo e era capaz de provocar, com suas flechas, a morte súbita nas mulheres. Eternamente virgem, seu único prazer era a caça; vivia sozinha nos bosques com as ninfas e os animais selvagens.
Na maioria das lendas de que participa, como por exemplo a de Níobe, a do javali de Cálidon e a de Ifigênia, aparece como uma deusa suscetível e vingativa. Preservava também ciosamente sua intimidade e a castidade das ninfas que a seguiam, como fica evidente pelas lendas de Órion, Calisto e Actéon.
[Órion] (gr. Ὠρίων), filho de Posídon, era um gigantesco caçador que se apaixonara por uma das ninfas — ou pela própria deusa, conforme a versão — e morreu devido à mordida de um escorpião enviado por Ártemis. Em uma variante da lenda, Órion perseguiu as Plêiades e, assim como elas, acabou transformado em constelação.
[Calisto] (gr. Καλλιστώ) era uma ninfa que acompanhava a deusa pelos bosques e por quem Zeus se apaixonara. Como ela fugia de todos os homens, a exemplo de Ártemis, Zeus se aproximou dela na forma da própria Ártemis, e conseguiu seduzí-la. Quando a deusa percebeu a gravidez de Calisto, expulsou-a de sua companhia e, mais tarde, transformou-a em ursa /v. Urso/.
[Actéon] era filho de Aristeu e de Autônoe e, portanto, neto de Apolo e sobrinho-neto de Ártemis. Ao caçar na floresta, Actéon viu acidentalmente Ártemis em seu banho. A deusa o transformou imediatamente em veado e atiçou seus próprios cães contra ele. Os animais, incapazes de reconhecer o dono, atacaram e devoraram o azarado caçador.
Iconografia e culto
Nas representações arcaicas e clássicas, Ártemis era uma moça bela e severa, em trajes de caça, armada de Arco e flecha e muitas vezes acompanhada de animais (uma [Corça], habitualmente).
Embora fosse cultuada em toda a Grécia, seus santuários mais importantes ficavam em Brauron (Ática), Esparta, Perga e Éfeso, onde o templo a ela dedicado foi considerado uma das Sete Maravilhas do Mundo.
f.: Portal grécia antiga
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4.8- Artemisa: protectora da juventude
Artemisa era também chamada Cíntia, de acordo com o nome do lugar em que nascera, o monte de Cinto, em Delos. Era uma das três sacerdotisas principais do Olimpo. Era irmã gémea de Apolo, senhora da floresta e dos caçadores. Como boa caçadora que era, tinha o cuidado de preservar os animais jovens, sendo portanto, a protectora da juventude. A sua árvore sagrada era o Cipreste e também protegia os animais do mato especialmente o [Veado].
robert
n. ed., v. A religião grega
52. Ártemis pode vir de Artos (ursa), uma deusa celto-danubiana; ou pode ser uma antiga deusa mediterrânea/oriental que era representada segurando suspensos um Leão em cada mão. /75
53. Virgem caçadora que percorre a mata com um bando de companheiras também virgens, severa quanto ao contato com homens, polimastia (multiplicidade de seios). /75
54. Construiram lendas para relacionar entre si diversas deusas pré-helênicas locais. /77
55. Tornada deusa de fertilidade, Ártemis tornou-se infernal ou passou a ter atribuições do mundo dos mortos, e foi reverencida em santuários onde havia Boca do Inferno: as grutas /v. Caverna/ ou fendas no solo eram considerados locais onde se estabelecia comunicação com o mundo dos mortos, e são, asism, lugares de predição, onde se pode pressentir o sagrado antes mesmo de adorar deuses individualizados. /77
56. O principal altar de Delos, o Kératon, era feito dos Chifres entrelaçados das Cabras montesas que ela caçava. /79
57. Em Brauron sacerdotisas adolescentes vestidas de cor de Açafrão (para parecerem ursas) /v. Urso/ desfilavam em procissão a cada 4 anos, após os ritos de passagem. Outro rito consistia em fazer correr o sangue arranhando o pescoço de um escravo, reminiscência do tempo em que a deusa exigia sacrifício humano /81.
ENCYCLOPAEDIA V. 51-0 (11/04/2016, 10h24m.), com 2567 verbetes e 2173 imagens.
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