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Dualidade


Created sábado 21 agosto 2010


A partir de Maurice Antiguidades indiano

Deus é palavra ambígua, pressupõe algo conhecido, mas o transcendente é desconhecido e incognoscível. ‘O mistério da vida está além de toda concepção humana. Tudo o que conhecemos é limitado pela terminologia de conceitos de ser e não-ser, plural e singular, verdadeiro e falso. Sempre pensamos em termos de opostos. Mas deus, o supremo, está além dos pares de opostos, já contém em si tudo’ [1].

Nossa mitologia se baseia na idéia de dualidade: céu/inferno, bem/mal. Por isso nossas religiões enfatizam a ética (pecado/expiação, certo/errado) [2].



No jardim da unidade atemporal deus, homem e mulher são o mesmo. O conhecimento das diferenças cria a oposição, macho-fêmea, deus-homem, bem-mal. Reconhecida a dualidade, sai-se para o mundo, onde tudo funciona em termos de pares de opostos [3].

Do som inicial (a palavra, o verbo, a grande explosão), o despejar da energia transcendente para dentro do tempo faz romper aquela energia em pares de opostos. O um se torna dois. Havendo dois, só há três formas de relacionamento possíveis: A domina B, B domina A, ou A e B se equilibram. Diz o Tao Te King: do Tao surge o um, do um surge o dois, do dois o três; do três se originam todas as coisas [4].

A divisão da vida em sexos foi uma coisa tardia: ameba não é macho nem fêmea, as células primitivas são apenas células. O poder divino é anterior à separação sexual [5].

A lenda de adão e eva é originada da mitologia sumeriana, que diz que os deuses queriam alguém que cultivasse seu jardim, para isso criaram o homem, e como ele estava entediado criaram os animais, depois do corpo dele extraíram a alma da mulher [6].



Notas e adendos:

[1] Campbell, Joseph & Moyers, Bill. O poder do mito. Trad. Carlos Felipe Moisés. São Paulo: Palas Athena, 1990, p. 51.

[2] Idem, p.58.

[3] Idem, p.50.

[4] Idem, p.29.

[5] Idem, p.52.

[6] Idem, p.56-57.
ENCYCLOPAEDIA V. 51-0 (11/04/2016, 10h24m.), com 2567 verbetes e 2173 imagens.
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