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Justiça


index do verbete

kiema

VIII. A Justiça O arcano do Equilíbrio, da Imparcialidade

Tarô mitológico: Atena

Uma mulher, sentada num trono, tem em sua mão direita uma espada desembainhada com a ponta virada para cima, e na esquerda uma balança com os pratos em equilíbrio. A mão que segura a balança encontra-se à altura do coração.

Este personagem, que é visto de frente, está vestido com uma túnica cujo panejamento sugere uma mandorla (ver arcano 21 – O Mundo), espaço de conciliação das polaridades.

Não se vêem os pés da mulher nem a cadeira propriamente dita. Aparece, em compensação, com toda nitidez, o espaldar do trono: as esferas que o arrematam estão talhadas de maneira diferente.

Significados simbólicos

Justiça, equilíbrio, ordem.

Capacidade de julgamento.

Conciliação entre o ideal e o possível. Harmonia. Objetividade, regularidade, método.

Balança, avaliação, atração e repulsão, vida e temor, promessa e ameaça.

Interpretações usuais na cartomancia

Estabilidade, ordem, persistência, normalidade. Lei, disciplina, lógica, coordenação. Flexibilidade, adaptação às necessidades. Opiniões moderadas. Razão, sentido prático. Administração, economia. Obediência.

Soluções boas e justas; equilíbrio, correção, abandono de velhos hábitos.


Osíris, juiz dos mortos

Mental: Clareza de juízo. Conselhos que permitem avaliar com justeza. Autoridade para apreciar cada coisa no momento oportuno.

Emocional: Aridez, secura, consideração estrita do que se diz, possibilidade de cortar os vínculos afetivos, divórcio, separação. Este arcano representa um princípio de rigor.

Físico: Processo, reabilitação, prestação de contas. Equilíbrio de saúde, mas com tendência a problemas decorrentes de excessos (obesidade, apoplexia), devido à imobilidade da carta.

Sentido negativo: Perda. Injustiça. Condenação injusta, processo com castigo. Grande desordem, perigo de ser vítima de vigaristas. Aburguesamento.

História e iconografia

A representação da Justiça como uma mulher com balança e espada (ou livro) data provavelmente de um período remoto da arte romana.



Durante a primeira parte da Idade Média, espada e balança passaram a ser atributos do Arcanjo Miguel, comumente designado por Micael ou São Miguel, que parece ter herdado as funções do Osíris subterrâneo, o pesador de almas.

Mais tarde estes elementos passam para as mãos da impassível dama, da qual há figurações relativamente antigas na arte medieval: um alto-relevo da catedral de Bamberg, datado de 1237, a representa deste modo.



Pelo que parece, a iconografia do Arcano VIII seguiu com bastante fidelidade a tradição artística.

A espada e a balança são, para Aristóteles, os elementos representativos da justiça: a primeira porque se refere à sua capacidade distributiva; a segunda, à sua missão equilibradora. Ao contrário das alegorias inspiradas na Têmis grega, a Justiça do Tarô não tem venda sobre os olhos.

É comum relacionar este arcano ao signo zodiacal de Libra. Ele representa, como aquele, nem tanto a justiça exterior ou a legalidade social, mas sim a função interior justiceira que põe em movimento todo um processo psíquico (ou psicossomático) para determinar o castigo do culpado, partindo já da idéia de que “a culpa não é, em si, diferente do castigo”.

Também se atribui à balança uma função distributiva entre bem e mal, e a expressão do princípio de equilíbrio. A espada, por sua vez, representa a sentença, a decisão psíquica, a palavra de Deus.
Na divisão do Tarô em três setenários, a ordem que Wirth estabelece é descendente, correspondendo aos arcanos I-VII a esfera ativa do Espírito; aos VIII-XIV, a esfera intermediária, anímica; aos arcanos XVI-XXI, a esfera passiva do Corpo.

O segundo setenário – que se inicia com a Justiça – corresponde à Alma ou ao aspecto psicológico da individualidade.

“O primeiro termo de um setenário – diz Wirth – desempenha necessariamente um papel gerador. Assim, o espírito emana da Causa Primeira (O Prestidigitador), a alma procede do Arcano VIII, e o corpo, do XV (O Diabo)”.

Examinado do ponto de vista dos ternários, a Justiça (8), ocupa o segundo termo do terceiro ternário, sendo precedida pelo Carro (7), que cumpre aí a função geradora, enquanto ela, a Justiça, passa a exercer a função de organizadora.

Neste sentido – confirmado por sua localização na ordem dos ternários – esclarece-se o caráter esotérico do Arcano VIII: nada pode viver sem cobrir a distância entre a origem e o equilíbrio, já que os seres não existem a não ser em virtude da lei à qual estão submetidos.

É interessante também analisar a correspondência simbólica entre a Justiça (8) e o Imperador (4), já que há uma aliança evidente entre os princípios de Poder e Lei e a busca da harmonia do governo (de um estado, de uma situação, da individualidade).

Na mitologia grega, Zeus gera em Têmis (a fraternal divindade justiceira do Olimpo grego), entre outras filhas, as Horas ou Quatro Estações, e Diqué, a personificação da Justiça. Essa filiação permite relacionar o Arcano VIII à ordem do quaternário, detalhe que já se evidencia a partir de seu número (8 = 2 x 4).

chevalier & Gheerbrant



O oitavo arcano maior do Tarô abre o segundo setenário, aquele que diz respeito à Alma, assim colocada entre o Espírito (Cartas 1 a 7) e o Corpo (cartas 15 a 21).
A Justiça, com o barrete judiciário amarelo na cabeça, sobre a qual se inscreve um signo solar, está sentada sobre um trono, também ele amarelo, como o colar que ela usa, como o gládio que tem na mão direita, como a sua manga esquerda, a balança e o solo. Ela usa um manto azul sobre uma túnica vermelha (como a Papisa e o Eremita); mas, desta vez, as três cores (amarelo, azul, vermelho) repartem-se quase em pé de igualdade; a ciência oculta da Papisa em azul, divulgada pelo Papa de manto vermelho, chega ao triunfo do ouro, cor solar. A espada e a balança são os atributos tradicionais da Justiça: a balança, parecida 9 com aquela que a simples pena de Maat bastava para equilibrar no tribunal de Osíris, está aqui perfeitamente imóvel. A espada, direita e implacável, como o fiel da balança servirá para punir os maus. Já se observou, a este propósito, que a espada e a balança são também os símbolos das duas maneiras pelas quais, segundo Aristóteles, se pode ver a Justiça. A espada representa a sua força distributiva (Justitia suum cuique tribuit); a balança, a sua missão de equilíbrio (social).
A Justiça ou Témis ou a Balança representa a vida eterna (E. Levi); o equilíbrio das forças desencadeadas, as correntes antagonistas, o resultado dos actos, o direito e o haver (th. Tereschenco); a lei, a disciplina, a adaptação às necessidades da economia (O. Wirth).
Esta Justiça, cujo número símbólico é precisamente o oito, é a nossa consciência no sentido mais elevado. Para aqueles que usaram mal os seus poderes, só existe o rigor da espada e da condenação; para os verdadeiros iniciados, a balança mantém o equilíbrio entre o Papa (V) e a Força (XI), esse eqilíbrio rigoroso que é a lei da organização do caos no mundo e em nós mesmos.

pjm


A Justiça, décimo primeiro Arcano Maior do Baralho do Tarot, é uma carta que representa uma mulher relativamente jovem, sentada numa cadeira imponente. Olha para o horizonte, sem qualquer expressão. Não há sensualidade, nem agressividade. Parece calma, equilibrado, limpa, ordenada. A carta tem o número XI e a letra hebraica Lamed.

Simbologia

Uma mulher, sentada num trono, tem em sua mão direita uma espada desembainhada com a ponta virada para cima, e na esquerda uma balança com os pratos em equilíbrio. A mão que segura a balança encontra-se à altura do coração.
Este personagem, que é visto de frente, está vestido com uma túnica cujo panejamento sugere uma mandorla (ver arcano 21 – O Mundo), espaço de conciliação das polaridades.
Não se vêem os pés da mulher nem a cadeira propriamente dita. Aparece, em compensação, com toda nitidez, o espaldar do trono: as esferas que o arrematam estão talhadas de maneira diferente.

Palavras-chave

Justiça, equilíbrio, ordem. Capacidade de julgamento. Conciliação entre o ideal e o possível. Harmonia. Objetividade, regularidade, método. Balança, avaliação, atração e repulsão, vida e temor, promessa e ameaça. Estabilidade, ordem, persistência, normalidade. Lei, disciplina, lógica, coordenação. Flexibilidade, adaptação às necessidades. Opiniões moderadas. Razão, sentido prático. Administração, economia. Obediência. Soluções boas e justas; equilíbrio, correção, abandono de velhos hábitos.
Mental: Clareza de juízo. Conselhos que permitem avaliar com justeza. Autoridade para apreciar cada coisa no momento oportuno.
Emocional: Aridez, secura, consideração estrita do que se diz, possibilidade de cortar os vínculos afetivos, divórcio, separação. Este arcano representa um princípio de rigor.
Físico: Processo, reabilitação, prestação de contas. Equilíbrio de saúde, mas com tendência a problemas decorrentes de excessos (obesidade, apoplexia), devido à imobilidade da carta.
Sentido negativo: Perda. Injustiça. Condenação injusta, processo com castigo. Grande desordem, perigo de ser vítima de vigaristas. Aburguesamento.

História e iconografia

A representação da Justiça como uma mulher com balança e espada (ou livro) data provavelmente de um período remoto da arte romana.


Durante a primeira parte da Idade Média, espada e balança passaram a ser atributos do Arcanjo Miguel, comumente designado por Micael ou São Miguel, que parece ter herdado as funções do Osíris subterrâneo, o pesador de almas.
Mais tarde estes elementos passam para as mãos da impassível dama, da qual há figurações relativamente antigas na arte medieval: um alto-relevo da catedral de Bamberg, datado de 1237, a representa deste modo.
Pelo que parece, a iconografia do Arcano VIII seguiu com bastante fidelidade a tradição artística.
A espada e a balança são, para Aristóteles, os elementos representativos da justiça: a primeira porque se refere à sua capacidade distributiva; a segunda, à sua missão equilibradora. Ao contrário das alegorias inspiradas na Têmis grega, a Justiça do Tarô não tem venda sobre os olhos.
É correto relacionar este arcano ao signo zodiacal de Libra. Ele representa, como aquele, nem tanto a justiça exterior ou a legalidade social, mas sim a função interior justiceira que põe em movimento todo um processo psíquico (ou psicossomático) para determinar o castigo do culpado, partindo já da idéia de que “a culpa não é, em si, diferente do castigo”.
Também se atribui à balança uma função distributiva entre bem e mal, e a expressão do princípio de equilíbrio. A espada, por sua vez, representa a sentença, a decisão psíquica, a palavra de Deus.

Variações

Alguns tarots associam a Justiça ao Arcano VIII. Este erro começou no Tarot de Marselha e foi propagado por toda a chamada "Escola Francesa" do Tarot.
Aleister Crowley chamou este Arcano de AJUSTE.

tcom



MacGregor Mathers, creator of the Golden Dawn system of magic, exchanged the position of this card (originally card XI) with that of Strength (see below). There is a clear relationship between Justice, shown as a woman in all packs, and Strength. Strength shows the conquest of outer forces (symbolized by the lion), while Justice shows their assimilation by the conqueror. Justice wears the red robe of worldly power, and holds a sword and some scales. In the Tarot the sword symbolizes spiritual realization, not vengeance. Justice uses her power only to cut through those things that impede this realization. The scales allow her to weigh the value of all things and to maintain a balance between outer and inner, exoteric and esoteric.

Divinatory meaning: arbitration, negotiation, agreement, sound judgment. Reversed: injustice, prejudice, discord.
ENCYCLOPAEDIA V. 51-0 (11/04/2016, 10h24m.), com 2567 verbetes e 2173 imagens.
INI | ROL | IGC | DSÍ | FDL | NAR | RAO | IRE | GLO | MIT | MET | PHI | PSI | ART | HIS | ???