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Roda da Fortuna
index do verbete
kiema
X. A Roda da Fortuna (A Roda do Destino) O Arcano dos Ciclos e da Natureza caída
Sobre o aro de uma roda de seis raios, suspensa no ar por um apetrecho de madeira, seguram-se três animais estranhos.
O fundo é branco; o chão está cortado por listas negras. A roda se apóia sobre dois pés ou suportes paralelos; o da esquerda não chega ao eixo.
Do centro da roda saem seis raios – azuis até menos da metade e em seguida brancos – que se fixam na parte interna do aro: dois deles formam ângulo reto com o chão; os outros quatro representam um xis (ou o dez romano, número da carta, ou ainda uma cruz de Santo André).
À direita, um animal intermediário entre cachorro e lebre (com patas traseiras que não combinam com esses animais) parece subir pela roda; à esquerda, uma espécie de macaco desce de cabeça para baixo. Na parte superior, uma plataforma suporta uma figura que pode ser vista como uma esfinge coroada; três das suas patas repousam sobre a base, enquanto a pata anterior esquerda empunha uma espada desembainhada.
Significados simbólicos
Os ciclos sucessivos na natureza e na vida humana. As fases da manifestação, o movimento de ascensão e de declínio.
A mobilidades da coisas, as Influências lunares e mercurianas. Interpretações usuais na cartomancia
Fortuna, deusa da mitologia romana. Clique no link para ver a imagem em tamanho maior:rel://files/395px-Fortuna_or_Fortune.jpg
Boa sorte, louvor, honra.
Alternativas da sorte. Instabilidade.
Esperteza, presença de espírito que não deixa escapar as boas oportunidades. Iniciativa feliz, adivinhação de ordem prática, sorte. Êxito casual, como o ganho na loteria. Espontaneidade, disposição inventiva. Animação, brio, bom humor.
Mental: Lógica, regularidade. Juízo equilibrado e sadio.
Emocional: Traz animação e reforça os sentimentos.
Físico: Os acontecimentos não serão estáveis, porque necessitam de uma mudança, uma evolução. Esta mudança tende a ser para melhor, no sentido do desenvolvimento.
Segurança na dúvida. Do ponto de vista da saúde: não haverá problemas circulatórios. Bons augúrios para um futuro casamento.
Sentido negativo: A transformação se fará com dificuldade, mas poderá ocorrer quando fizer falta. É preciso modificar desde o princípio, partir de outras bases. Descuido.
Especulação, jogo, abandono ao azar.
Insegurança. Imprevisão, caráter boêmio, pouca seriedade.
Situação instável: ganhos e perdas. Aventuras, riscos. Diminuição da sorte.
História e iconografia
Uma das alegorias mais antigas e populares, a imagem que reproduz o Arcano X causa uma impressão estranha ao observador contemporâneo. Isto se deve ao fato de que nos últimos séculos a iconografia do tema tornou-se puramente verbal: qualquer um entende o conceito de “roda do destino”, mas dificilmente se faz dela uma representação visual. Desde a antigüidade clássica, contudo, até o Renascimento, foi justamente o contrário que aconteceu. Em vários textos romanos descreve-se o Destino como uma mulher cega, louca e insensível, que atravessa a multidão caminhando sobre uma pedra redonda (para simbolizar a sua instabilidade); a roda aparece com freqüência nos sarcófagos, como evidente alusão ao caráter cíclico da vida.
Até o final do primeiro milênio não se encontram outros exemplos valiosos sobre o tema, mas depois de uns séculos ele ressurge com maior esplendor que nunca. É já na sua plenitude iconográfica que o reencontramos a partir de meados do século XIII em rosetas de várias catedrais góticas (Amiens, Trento, Lausanne) e de numerosas igrejas: pequenas figuras, representando os momentos e estados da vida, que sobem e descem pelos raios de uma roda.
Um exemplo muito antigo pode ser visto no Hortus deliciarum, de Herrade de Landsberg, abadessa do claustro de Santa Odília (Estrasburgo), morta em 1195.
Nesta imagem completa, como em muitas posteriores, quatro personagens, que aparecem representados como reis, são movidos pela roda que é manejada pelo Destino ou Fortuna em pessoa.
As legendas que acompanham os personagens não deixam dúvida sobre o significado da alegoria: Spes, regnabo (esperança, reinarei), diz o rei ascendente da esquerda; Gaudium, regno! (Alegria, reino!), exclama o que se encontra sobre a plataforma superior; Timor, regnavi... (Temor, reinava...) murmura o da direita, que desce de cabeça para baixo; enquanto que o quarto, que foi atirado da roda e jaz na terra, aceita a evidência da sua condição: Dolor, sum sine regno (Dor, estou sem reino).
É evidente que, numa leitura alegórica, os quatro personagens não passam de apenas um, submetido às variações do destino.
O simbolismo deste personagem quatro-em-um refere-se também às fases da lua e às idades do homem (infância, juventude, maturidade, velhice).
A substituição dos reis por animais ou monstros é um pouco mais tardia (século XIV, ou final do XIII), mas a idéia que este arcano simboliza é certamente mais antiga que a civilização ocidental.
No livro de Ezequiel, diz Wirth, encontra-se a explicação transparente do Arcano X. No plano simbólico, segundo esse autor, muitos dados podem ser extraídos do simbolismo geral da roda. “Refere-se em última instância à decomposição da ordem do mundo em duas estruturas essenciais e distintas: o movimento rotatório e a imobilidade; a circunferência da roda e seu centro, imagem do 'motor imóvel' aristotélico”.
O aspecto solar e zodiacal do simbolismo da roda a relaciona sem dúvida com o conceito dos ciclos (o dia, as estações, a vida do homem), ou seja, daquele que nasce para morrer, mas que também morre para ressuscitar.
René Guénon afirma que a roda é símbolo de origem céltica e assinala seu evidente parentesco com as flores emblemáticas (rosa no Ocidente, lótus no Oriente), com as rosetas das catedrais góticas e, em geral, com as figuras mandálicas. No taoísmo aparece como metáfora do processo ascendente-descendente (evolução e involução, progresso espiritual e regressão)
chevalier & Gheerbrant
Se o Eremita do Tarô indica ao homem a vida da procura solitária, a Roda da Fortuna, décimo arcano maior, lança-nos de novo no mundo das vicissitudes. Fazendo apelo a uma imagem bem conhecida da Antiguidade e da idade Média, ela mostra-nos uma roda cor de carne, suspensa no ar por um aparelho de madeira amarela, e sobre a qual se agarram dois animais estranhos, enquanto que uma esfinge azul, coroada de ouro com asas vermelhas, segurando uma espada branca, está sentada sobre um pedestral estreito, colocado, por sua vez, sobre a parte superior da roda. Essa roda tem seis raios, azuis na parte que toca o cubo vermelho, brancos perto da jante; é uma manivela branca, cor do indiferenciado, o que a faz girar. À Esquerda da roda, está agarrado um macaco, de cabeça para baixo, com metade do corpo escondido por uma espécie de saia rígida de três panos cortados: um azul entre dois vermelhos. À direita, está um cão amarelo, cuja coleira prende também as orelhas, vestido com uma jaqueta azul de cauda vermelha e que parece subir na direcção da esfinge diabólica e passível. Vimos nestes dois animais, Hermanubis, o génio do bem e Tífon, o génio do mal. O que quer que eles sejam, o significado desta carta está relacionado com o da roda em todas as tradições. Representa as alternâncias do destino, a boa sorte ou má sorte, as flutuações, a ascenção e os riscos da queda.
Combate de Zeus contra Tífon. Clique no link para ver a imagem em tamanho maior:rel://files/_AV3SGOF59WBQTTUVFZ9K.jpg
Símbolo solar, é a roda dos nascimentos e das mortes sucessivas através do cosmos; e, no plano humano, a instabilidade permanente e o eterno retorno. A vida humana gira instável 10 como os raios de uma roda de carroça, dizia Anacreonte. E este movimento que ás vezes eleva e ás vezes baixa, é o próprio movimento da Justiça (carta 8, que quer manter o equílibrio sobre todos os planos e não hesita em temperer pela destruição e pela morte o triunfo das relizações criadoras, como sublinha ainda o número deste décimo arcano, entre a Carroça (7) e a Morte (13).
Podemos ver também nestes seres de figuras animais, que giram em volta da roda das existências, a lei dos renascimentos que se impõe, em muitas tradições, àqueles que não dominam os seus desejos carnais. Ver-se-á também na subida e na descida uma lei de alternância, ou de compensação, tirada da história humana, social ou pessoal, onde se sucedem continuamente sucesso e desgraça, nascimentos e mortes. De um ponto de vista mais interior, a roda da fortuna é menos a imagem do acaso que a da justiça imanente.
pjm
A Roda da Fortuna é o décimo Arcano Maior do Tarot. Representa uma roda com nove raios. No alto da roda está uma figura que parece metade anjo, metade diabo. À volta da roda, está um bebé, um menino, um jovem um homem e um idoso. A roda quer representar o ciclo da vida e está suspensa num ambiente com os quatro elementos: Fogo, Água, Terra e Ar. A carta tem o número X e a letra hebraica Kaph.
Simbologia
Sobre o aro de uma roda de seis raios, suspensa no ar por um apetrecho de madeira, seguram-se três animais estranhos.
O fundo é branco; o chão está cortado por listas negras. A roda se apóia sobre dois pés ou suportes paralelos; o da esquerda não chega ao eixo.
Do centro da roda saem seis raios – azuis até menos da metade e em seguida brancos – que se fixam na parte interna do aro: dois deles formam ângulo reto com o chão; os outros quatro representam um xis (ou o dez romano, número da carta, ou ainda uma cruz de Santo André).
À direita, um animal intermediário entre cachorro e lebre (com patas traseiras que não combinam com esses animais) parece subir pela roda; à esquerda, uma espécie de macaco desce de cabeça para baixo. Na parte superior, uma plataforma suporta uma figura que pode ser vista como uma esfinge coroada; três das suas patas repousam sobre a base, enquanto a pata anterior esquerda empunha uma espada desembainhada.
Palavras-chave
Os ciclos sucessivos na natureza e na vida humana. As fases da manifestação, o movimento de ascensão e de declínio. A mobilidades da coisas, as Influências lunares e mercurianas. Boa sorte, louvor, honra. Alternativas da sorte. Instabilidade. Esperteza, presença de espírito que não deixa escapar as boas oportunidades. Iniciativa feliz, adivinhação de ordem prática, sorte. Êxito casual, como o ganho na loteria. Espontaneidade, disposição inventiva. Animação, brio, bom humor.
Mental: Lógica, regularidade. Juízo equilibrado e sadio.
Emocional: Traz animação e reforça os sentimentos.
Físico: Os acontecimentos não serão estáveis, porque necessitam de uma mudança, uma evolução. Esta mudança tende a ser para melhor, no sentido do desenvolvimento. Segurança na dúvida. Do ponto de vista da saúde: não haverá problemas circulatórios. Bons augúrios para um futuro casamento.
Sentido negativo: A transformação se fará com dificuldade, mas poderá ocorrer quando fizer falta. É preciso modificar desde o princípio, partir de outras bases. Descuido. Especulação, jogo, abandono ao azar. Insegurança. Imprevisão, caráter boêmio, pouca seriedade. Situação instável: ganhos e perdas. Aventuras, riscos. Diminuição da sorte.
História e iconografia
Uma das alegorias mais antigas e populares, a imagem que reproduz o Arcano X causa uma impressão estranha ao observador contemporâneo. Isto se deve ao fato de que nos últimos séculos a iconografia do tema tornou-se puramente verbal: qualquer um entende o conceito de “roda do destino”, mas dificilmente se faz dela uma representação visual. Desde a antigüidade clássica, contudo, até o Renascimento, foi justamente o contrário que aconteceu. Em vários textos romanos descreve-se o Destino como uma mulher cega, louca e insensível, que atravessa a multidão caminhando sobre uma pedra redonda (para simbolizar a sua instabilidade); a roda aparece com freqüência nos sarcófagos, como evidente alusão ao caráter cíclico da vida.
Até o final do primeiro milênio não se encontram outros exemplos valiosos sobre o tema, mas depois de uns séculos ele ressurge com maior esplendor que nunca. É já na sua plenitude iconográfica que o reencontramos a partir de meados do século XIII em rosetas de várias catedrais góticas (Amiens, Trento, Lausanne) e de numerosas igrejas: pequenas figuras, representando os momentos e estados da vida, que sobem e descem pelos raios de uma roda.
Um exemplo muito antigo pode ser visto no Hortus deliciarum, de Herrade de Landsberg, abadessa do claustro de Santa Odília (Estrasburgo), morta em 1195.
Nesta imagem completa, como em muitas posteriores, quatro personagens, que aparecem representados como reis, são movidos pela roda que é manejada pelo Destino ou Fortuna em pessoa.
As legendas que acompanham os personagens não deixam dúvida sobre o significado da alegoria: Spes, regnabo (esperança, reinarei), diz o rei ascendente da esquerda; Gaudium, regno! (Alegria, reino!), exclama o que se encontra sobre a plataforma superior; Timor, regnavi... (Temor, reinava...) murmura o da direita, que desce de cabeça para baixo; enquanto que o quarto, que foi atirado da roda e jaz na terra, aceita a evidência da sua condição: Dolor, sum sine regno (Dor, estou sem reino).
É evidente que, numa leitura alegórica, os quatro personagens não passam de apenas um, submetido às variações do destino.
O simbolismo deste personagem quatro-em-um refere-se também às fases da lua e às idades do homem (infância, juventude, maturidade, velhice).
A substituição dos reis por animais ou monstros é um pouco mais tardia (século XIV, ou final do XIII), mas a idéia que este arcano simboliza é certamente mais antiga que a civilização ocidental.
No livro de Ezequiel, diz Oswald Wirth, encontra-se a explicação transparente do Arcano X. No plano simbólico, segundo esse autor, muitos dados podem ser extraídos do simbolismo geral da roda. “Refere-se em última instância à decomposição da ordem do mundo em duas estruturas essenciais e distintas: o movimento rotatório e a imobilidade; a circunferência da roda e seu centro, imagem do 'motor imóvel' aristotélico”.
O aspecto solar e zodiacal do simbolismo da roda a relaciona sem dúvida com o conceito dos ciclos (o dia, as estações, a vida do homem), ou seja, daquele que nasce para morrer, mas que também morre para ressuscitar.
René Guénon afirma que a roda é símbolo de origem céltica e assinala seu evidente parentesco com as flores emblemáticas (rosa no Ocidente, lótus no Oriente), com as rosetas das catedrais góticas e, em geral, com as figuras mandálicas. No taoísmo aparece como metáfora do processo ascendente-descendente (evolução e involução, progresso espiritual e regressão).
Variações
Alguns tarots associam a sacerdotisa à letra Beth.
Alguns Tarots chamam este Arcano de PAPISA.
Muitas descrições esquisotéricas trazem referências errôneas da Sacerdotisa com qualidades que pertencem à Imperatriz, como crescimento, fertilidade, gestação e maternidade.
tcom
The wheel represents movement, and although we usually think of this movement as taking us forward, in fact each point on the wheel always returns to the same place. However, each time we return to a particular point we are potentially richer for having experienced the wheel's revolution. One day our experience will be such that we can step off the wheel, into the greater reality of which it is only a limited part. In many Tarot packs, The Wheel of Fortune carries three mythical beings. At the left is a creature (often part monkey) ruled by instincts, and descending; at the right the animal (sometimes part hare) is intelligent, and climbs heavenward; at the top, the creature (often part sphinx) symbolizes spiritual knowledge. Waite, in his pack, adds in the corners of the card the four creatures of Ezekiel's vision mentioned in Revelations.
Divinatory meaning: good fortune, major events, big change in life circumstances. Reversed: end of a cycle of good fortune, turn for the worst.
ENCYCLOPAEDIA V. 51-0 (11/04/2016, 10h24m.), com 2567 verbetes e 2173 imagens.
INI | ROL | IGC | DSÍ | FDL | NAR | RAO | IRE | GLO | MIT | MET | PHI | PSI | ART | HIS | ???