E quais são as perguntas da filosofia? Aquelas que todo o planeta está organizado para que ninguém as faça. Os gregos fizeram perguntas nascidas do assombro. Descartes (1637) fez uma pergunta nascida da dúvida: simplesmente disse "vou duvidar de tudo". Nada pode ser mais revolucionário. "Só não duvidarei da minha dúvida; mas só não posso duvidar de meu pensamento, porque penso, porque minha dúvida surge do meu pensamento". "Vou julgar por mim". Só a consciência crítica é livre, a liberdade só pode ser alimentada pela crítica.
Há um enorme sistema que nos pensa, que pensa por nós, nos livra da terrível tarefa de pensar. Quase todos vivemos no que Heidegger chama de Existência inautêntica, aquela incapaz de refletir, que vive em exterioridade: não pensando, sendo pensado; não falando, sendo falado; minhas ideias não são minhas, o que digo não me pertence. São sujeitos sujeitados pelo poder.
Sartre: cada homem é o que faz do que fizeram dele. Não temos nem linguagem própria, porque só temos as palavras que nos ensinaram desde que nascemos. Cremos que temos uma linguagem, mas é a linguagem que nos tem. Mas algum dia teremos de dizer uma palavra nova, nossa, e essa será nossa liberdade. A linguagem nos condiciona, o inconsciente nos condiciona, o entorno sociopolítico nos condiciona, é verdade, mas em algum momento teremos que ser responsáveis por nós mesmos.
"Marx dice que la filosofía tiene que estar al servicio de tornar explícita la ignominia: "Hay que hacer la ignominia más ignominiosa pensándola, haciéndola conocer". Una vez que toman conciencia de su ignominia su ignominia se les vuelve más ignominiosa porque la conciencia de la ignominia hace intolerable la ignominia. La rebelión es imposible cuando no existe la conciencia de la indignidad. Lo que hace imposible la conciencia de la indignidad es creer que vivimos en el mejor de los mundos posibles. Yo diría que gran parte de la tarea de la filosofía es revelarle o conseguir que aquel que está sumergido en el oprobio durante su existencia tome, en algún mundo, conciencia de este oprobio. En la medida en que toma conciencia de este oprobio, la decisión de cambiarlo empieza ahí."
As primeiras perguntas da fil.: Qual a essência de tudo? Porque tudo existe? Como, o que e até onde podemos saber? Como ser feliz? O que é e como obter justiça? Como deve ser organizada uma sociedade justa e feliz? [2].