1889-1976. Reabilitou a Metafísica. Ontologia, Fenomenologia. Reposicionou radicalmente o pensamento sobre a existência. Até o séc. XVII o Ser e o Ente (a coisa) recebiam tratamentos iguais. Mas ^ disse que o ser não é uma coisa. O ser tem caráter histórico, é um movimento, logo não se pode determinar a sua essência. O ser só pode ser pensado, não enunciado [1].
“Nós próprios somos as entidades a ser analisadas”. Como podemos analisar o que é ser humano? Em vez de examinar a vida humana a partir do exterior, como até então, ^ propôs analisá-la de uma perspectiva interna (examinar a vida a partir do interior dessa vida). Não pergunta, por exemplo, "o que é um ser humano?", mas "como é ser humano?", sendo essa a questão fundamental da ~f, porque o homem é o único ser que se indaga sobre essas coisas [4].
O homem é essencialmente um ser temporal: estamos atados ao Tempo. O homem ao nascer é jogado no mundo, numa trajetória que não escolheu. Tenta dar sentido ao mundo em que foi lançado, mediante projetos consumidores de tempo, que o direcionam rumo a um dos futuros possíveis. Mas está ciente de que esses futuros tem um horizonte-limite, a morte [4].
^ falava da existência inautêntica [2] (que [3] chama existência impessoal), uma modalidade de existir apenas em função dos projetos ou passatempos, resumindo a vida a estes, de forma a esquecer a iminência da morte. Nesse processo fica esquecida (perdida) a dimensão mais fundamental da existência [4].
As manifestações essenciais da existência inautêntica são a tagarelice (o "se diz", o apego ao senso comum, a adoção de ideias alheias como próprias, a anulação na manada), a curiosidade (a avidez de novidades, diz [2]; caracteriza-se pela impermanência no mundo circundante e pela dispersão em possibilidades sempre novas, pelo que a curiosidade nunca está parada) e o equívoco [3].
No fim da carreira ^ passou a utilizar uma linguagem poética para a ~f. A ~f, disse, não é capaz de responder às perguntas sobre a existência humana usando a linguagem corrente, precisa da linguagem mais rica, mas profunda, da Poesia[4].