vb. criado em 26/09/2014, 13h46m.
Comentários e citações:
"... como podia Schopenhauer afirmar que por trás do mundo de aparências jazia uma vontade fria, escura, inflexível e irrefletida? Segundo ele, todos nós temos a oportunidade de ver além do mundo das aparências, olhando para dentro de nós mesmos"
[3].
"A
Coisa em si refere-se àquilo que existe independentemente de nossa percepção sensorial. Em outras palavras, é aquilo que realmente e verdadeiramente é.
Demócrito deu a isso o nome de
Matéria; afinal, assim o fez também
Locke; para
Kant era um x ; e para mim é a vontade"
[4].
Isso é excelente: "Queixamo-nos de que vivemos na ignorância, incapazes de entender a relação entre todos os fatos da existência e, em particular, a relação entre nossa existência particular e o todo da existência. Não apenas a vida é curta, mas nosso conhecimento dela é drasticamente limitado. Não conseguimos olhar para trás e ver aquém do nosso nascimento ou olhar para a frente e ver além da morte. Nossa consciência é uma centelha passageira no meio da noite. É como se algum demônio maligno tivesse limitado nossa capacidade de saber, de modo a poder se regozijar com nossa inquietação. Essa queixa, porém, é injustificada. Baseia-se na idéia errônea de que o mundo foi criado por um intelecto e, por conseguinte, existiu como imagem mental (ou representação) antes de se tornar real. De acordo com essa visão equivocada, o mundo derivou do conhecimento, sendo, dessa forma, acessível ao conhecimento — capaz de ser por ele analisado e totalmente compreendido. Mas a verdade é que aquilo de que nos queixamos não saber não é do conhecimento de ninguém ou de qualquer coisa e é, em si, absolutamente incognoscível. É, na realidade, inconcebível" (^, Parerga...).
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Notas e adendos:
[1] V2013g.
[2] B2011f.
[3] S998s.
[4] ^, Parerga et paralipomena.
[5] "Apenas em um ponto tenho acesso a outro mundo que não seja o da representação. Esse ponto está dentro de mim. Quando percebo meu corpo, isso é representação Mas também estou consciente dos anseios que dão origem a essa representação: isso é a vontade. Apenas dentro de mim tenho de fato esse duplo conhecimento de vontade e representação" (^, O mundo...).
[6] Fora nosso próprio corpo, nenhum outro objeto chega ao nosso conhecimento de maneira dupla, como V. e RP.; do resto do mundo só temos acesso à RP. Mas podemos supor que os outros objetos, já que são semelhantes ao nosso corpo de um dos modos (isto é, do modo da RP.), também são semelhantes quanto ao outro modo (isto é, a V.). Isso porque, fora V. e RP., não conhecemos mais nada, nem podemos conceber mais nada (pfs. de uma citação de ^ apud S1998s).
[7] ^, O mundo...