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Água
index do verbete
Picasso. Kallan. 1923. Clique no link para ver a imagem em tamanho maior:rel://files/kallan-1923.jpg!Blog.jpg
resumo geral feito por mim
Água: Copas, Câncer Escorpião e Peixes, signo, Yin, Dionisíaco, ordinas, (tipo clássico de personalidade /vide Os 4 humores/) fleumático/linfático, (tipologia de Jung) sentimental, (tipologia de Riemann) depressivo, líquido, frio e úmido, alma, religião, sensibilidade e emotividade, ?, (na carta mundo) Anjo, Inverno, da meia-noite à aurora, infância
Água. Move, dissolve, reflete. Aspecto pacífico, pode esconder correntes traiçoeiras. Naturezas emocionais, sensíveis e impressionáveis.
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The Big Wave, wood block print by Hokusai, from "One Hundred Views of Mount Fuji," Vol. 2, 1834. Clique no link para ver a imagem em tamanho maior:rel://files/Hokusai.wave.variant.jpg
Primordial, é considerada como sendo o ponto de partida para o surgimento da vida - toda a vida vem da água -, daí sua simbologia estar ligada à matrix -Mãe -. É um símbolo do Gênese, do nascimento, e para os vedas é chamada de mâtrimâh, o que quer dizer: " a mais materna. Nos mitos dos heróis ela está sempre associada ao seu nascimento ou renascimento: Mitra nasceu às margens de um Rio, enquanto que Cristo "renasceu" no Rio Jordão. Ela sempre nos reporta à origem. Prahmanda, o Ovo do Mundo é tido como tendo sido chocado na água e dele advém toda a criação. Associada ao banho e ao batismo, nos textos da alquimia está relacionada a operação da Solutio. É um dos símbolos do Inconsciente, sendo que o ato de entrar na água e dela sair, possui uma analogia com o ato de mergulhar no inconsciente, enquanto que ser lançado à água é similar a ser entregue ao seu próprio destino. Sonhos em que o ego onírico guarda a água suja em seu quarto, simbolizam aceitação por parte do ego vígil dos aspectos obscuros de sua personalidade, de sua sombra. Caso o sonhador se veja tomando um banho (Ablução), essa imagem parece estar associada a penetração da compreensão sendo que a temperatura da água pode nos dizer sobre a quantidade de "calor" que acompanha este processo. Enquanto um dos quatro elementos, é um símbolo do sentimento. As emoções também se encontram representadas na água. As ondas do mar corresponderiam ao movimento dessa mesma emoção. (anôn. dic. simb.)
cirlot
Os duplos de Ani e de sua esposa tomando água no outro mundo
“a imersão nas águas significa o retorno ao pré-formal, com seu duplo sentido de morte e dissolução, mas também de renascimento e nova circulação, pois a imersão multiplica o potencial da vida” (Cirlot, 1984).
chevalier & Gheerbrant
Os quatro elementos são representados tradicionalmente por linhas com variações ornamentais em torno do tema central:
Copas
As significações simbólicas da água podem se reduzir a três temas dominantes: fonte de vida, meio de purificação, centro de regeneração. Esses três temas se encontram nas mais antigas tradições e formam as mais variadas combinações imaginarias e, também, as mais coerentes.
As águas, massa indiferenciada, reapresentando a infinidade dos possíveis, contêm todo o virtual, o informal, o germe dos germes, todas as promessas de desenvolvimento, mas de igual modo todas as ameaças de reabsorção.
Mergulhar nas águas, para delas sair sem se dissolver de todo — salvo por uma Morte simbólica — é retornar às origens, carregar-se de novo num imenso reservatório de energia e nele beber uma força nova: fase passageira de regressão e desintegração, condicionando uma fase progressiva de reintegração e regeneração (banho Ablução, Batismo, Iniciação).
Na Ásia, a água é a forma substancial da manifestação, a origem da vida e o elemento da regeneração corporal e espiritual, o símbolo da fertilidade, da pureza, da sabedoria, da graça e da virtude. Fluída, sua tendência é a dissolução; mas, homogênea também, ela é igualmente o símbolo da coesão, da coagulação. Como tal, poderia corresponder a sattva; mas, como escorre para baixo, para o abismo, sua tendência é tamas; como se estende na horizontal, sua tendência é ainda rajas.
A água é a matéria-prima, a Prakriti: Tudo era água, dizem os textos hindus; as vastas águas não tinham margens, diz um texto taoísta. Bramanda, o Ovo do mundo, é chocado à superfície das Águas. Da mesma forma, o Sopro ou Espírito de Deus, no Gênesis, pairava sobre as águas. A água é Wu-ki, dizem os chineses, o Sem-Crista, o caos, a indistinção primeira. As Águas representam a totalidade das possibilidades de manifestação e se dividem em Águas superiores, que correspondem às possibilidades informais (indeterminadas); e Águas inferiores, que correspondem às possibilidades formais (determinadas). É a mesma dualidade que o Livro de Enoc traduzirá em termos de oposição sexual e que a iconografia representa freqüentemente pela dupla Espiral. As águas inferiores estão, ao que se diz, fechadas num templo de Lhassa, dedicado ao rei dos nagas. As possibilidades informais são representadas na India pelas Apsaras (de Ap, água). A noção de águas primordiais, de oceano das origens, é quase universal. Pode ser encontrada até na Polinésia e a maior parte dos povos austros-asiáticos situa na água o poder cósmico. A ela se junta muitas vezes o mito do animal mergulhador, como o javali hindu, que traz um pouco de terra superfície, embrião que aflora à manifestação formal.
Origem e veículo de toda vida: a seiva é água e, em certas alegorias tântricas, a água representa prana, o sopro vital. No plano corporal, e por ser também um dom do céu, ela é símbolo universal de fertilidade e fecundidade. A água do céu faz o arrozal, dizem os montanheses do sul do Vietnã, sensíveis à função regeneradora da água, que consideram medicamento e poção de imortalidade.
Da mesma forma, a água é o instrumento da purificação ritual. Do Islã ao Japão, passando pelos ritos dos antigos fu-chuei Taoístas (senhores da água benta), sem esquecer aspersão dos cristãos, a ablução tem papel essencial.
A água, oposta ao fogo, é yin. Corresponde ao Norte, ao frio (no hemisfério norte), ao solstício do Inverno, aos rins, à cor negra Negro, ao trigrama K'an, que é o abismo. Mas, de outro modo, a água está ligada ao Raio, que é fogo. Na alquimia interior dos chineses, o banho e a lavagem poderiam bem ser operações de natureza ígnea. O Mercúrio alquímico, que é água, é às vezes qualificado como água ígnea.
Nas tradições judaica e cristã, a água simboliza, em primeiro lugar, a origem da criação. O Mem (M) hebraico simboliza a água sensível: ela é mãe e matriz (útero). Fonte de todas as coisas, manifesta o transcendente e deve ser, em conseqüência, considerada como uma hierofania (= manifestação do sagrado).
Por outro lado, a água, como, aliás, todos os símbolos, pode ser encarada em dois planos rigorosamente opostos, embora de nenhum modo irredutíveis, e essa ambivalência se situa em todos os níveis. A água é fonte de vida e fonte de morte, criadora e destruidora.
Na Bíblia, os Poços no deserto, as fontes que se oferecem aos nômades são outros tantos lugares de alegria e encantamento. Junto das fontes e dos poços operam-se os encontros essenciais. Como lugares sagrados, os pontos de água tem papel incomparável. Perto deles, nasce o amor e os casamentos principiam. A marcha dos hebreus e a caminhada de todo homem na sua peregrinação terrena estão intimamente ligadas ao contato exterior ou interior com a água. Esta se torna, então, um centro de paz e de luz, oásis. A hospitalidade exige que se apresente água fresca ao visitante, que seus pés sejam lavados, a fim de assegurar a paz do seu repouso. Todo o Antigo Testamento celebra a magnificência da água. O Novo receberá esse legado e saberá utilizá-lo.
É muito natural que os orientais tenham visto, assim, a água, primeiro como um sinal e um símbolo de bênção: pois não é ela que permite a vida? Quando Isaías profetiza uma era nova, diz: brotará água no deserto... o país da sede se abrirá em fontes... (35, 6-7). No Apocalipse não fala outra linguagem: O Cordeiro... os conduzirá às fontes das Águas da vida (Apoc. 1, 17).
A água se torna o símbolo de vida espiritual e do Espírito, oferecidos por Deus e muitas vezes recusados pelos homens. Símbolo, antes de tudo, de vida no Antigo Testamento, a água se tornou, no Novo, símbolo do Espírito (Apocalipse, 21).
Jesus retoma esse simbolismo no seu diálogo com a samaritana: Aquele que beber da água que eu lhe darei não terá mais sede... A água que eu lhe darei se tornará nele fonte de água a jorrar em vida eterna (João, 4, 4).
A água, possuidora de uma virtude lustral, exercerá um poder soteriológico (= de salvação). A imersão nela é regeneradora, opera um renascimento, por ser ela, ao mesmo tempo, morte e vida. A água apaga a história, pois restabelece o ser num estado novo. A imersão é comparável deposição do Cristo no santo sepulcro: ele ressuscita, depois dessa descida nas entranhas da terra. A água é símbolo de regeneração: a água batismal conduz explicitamente a um novo nascimento (João, 3, 3-7), é iniciadora. O Pastor de Hermes fala daqueles que desceram à água mortos e dela subiram vivos. É o simbolismo da água viva, da fonte da juventude.
Se as águas precedem a criação, é evidente que elas continuam presentes para a recriação. Ao homem novo corresponde a aparição de um outro mundo.
Símbolo da dualidade do alto e do baixo: água de chuva – água do mar. A primeira é pura; a segunda, salgada. Símbolo de vida: pura, ela é criadora e purificadora (Ezequiel, 36, 25); amarga, ela produz a maldição (Números, 5, 18). Os rios podem ser correntes benéficas ou dar abrigo a monstros. As águas agitadas significam o mal, a desordem.
Dos símbolos antigos da água como fonte de fecundação da terra e de seus habitantes podemos passar aos símbolos analíticos da água como fonte de fecundação da alma: a ribeira, o rio, o mar representam o curso da existência humana e as flutuações dos desejos e dos sentimentos. Como no caso da terra, há que distinguir na simbólica da água a superfície e as profundezas. A navegação ou o viajar errático dos heróis na superfície significa que estão expostos aos perigos da vida, o que o mito simboliza pelos monstros que surgem do fundo. A região submarina se torna, dessa forma, símbolo do subconsciente. A perversão se acha, igualmente, figurada pela água misturada à terra (desejo terrestre) ou pela água estagnada que perdeu suas propriedades purificadoras: o limo, a lama, o Pântano, A água gelada (Gelo), o pelos, exprime a estagnação no seu mais alto grau, a ausência de calor na alma, a ausência do sentimentos vivificante e criador que é o amor. A água gelada representa a completa estagnação psíquica, a alma morta.
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Matéria-prima, fertilidade, vida, inconsciente, forças do ~i. A água veio da Terra. Elemento feminino.
lpd
O conceito de água, um dos quatro elementos básicos da natureza, estende-se de maneira geral a toda a matéria em estado líquido. Símbolo universal do princípio feminino, das emoções, do inconsciente, de todas as substâncias a água é a de interpretação mais complexa. Segundo Julius Evola, a água simboliza a vida terrestre e a natural, mas não a vida metafísica. Este elemento está sempre ligado aos conceitos de fertilização, de maternidade, de geração.
ENCYCLOPAEDIA V. 51-0 (11/04/2016, 10h24m.), com 2567 verbetes e 2173 imagens.
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