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Labirinto


index do verbete
labirinto na catedral de chartres

Jung

O labirinto em todas as culturas representa o universo da consciência matriarcal.
Jung, C. G. et allii (2000). O homem e seus símbolos. Rio de Janeiro : Ed. Nova Fronteira.

lpd

Na mitologia grega, o labirinto era um grande palácio construído na ilha de Creta por Dédalo a mando do rei Minos, para abrigar o Minotauro (criatura monstruosa com corpo de homem e cabeça de touro). De tempos em tempos, os atenienses deviam pagar um tributo ao rei de Creta, o qual consistia num certo número de rapazes e moças virgens. Esses jovens eram levados a Creta, e, após um período de preparação, colocados no interior do labirinto, de onde não conseguiam sair, e acabavam nas mãos do Minotauro, que os sacrificava. É justamente um herói ateniense, Teseu, quem consegue matar o monstro em combate e escapar do labirinto. Foi pra isso ajudado por Ariadne, princesa filha do rei Minos, que lhe presenteia um novelo de linha na entrada do labirinto. Ao caminhar pelos corredores emaranhados desse palácio, ele vai desenrolando o novelo, de maneira que, após o combate, consegue achar a saída seguindo de volta o fio. O mito de Teseu e o Minotauro já tem, em si, notável conteúdo simbólico. Teseu é emblema do herói que busca a si mesmo. O Minotauro simboliza as forças obscuras do seu inconsciente, que devem ser combatidas e vencidas. Os corredores do labirinto tortuoso são interpretados como representações dos vícios, paixões e qualidades negativas que devem ser conhecidas e superadas. E Ariadne, por fim, simboliza a força e a inteligência do instinto e da intuição, atributos sem os quais será impossível vencer o grande desafio. Por outro lado, os labirintos, que são estruturas desenhadas ou de arquitetura, aparecem em quase todas as épocas e civilizações, desde os tempos pré-históricos. Todos os labirintos apresentam dois pontos em comum: um centro e, ao seu redor, uma estrutura de acesso muito complicada, feita de caminhos tortuosos, muitas vezes bloqueados, pensados de maneira a dificultar ao máximo a chegada ao centro. O significado simbólico dos labirintos é de tipo universal ou arquetipal: o centro representa a consciência superior, a realidade absoluta, a imortalidade, a divindade; os caminhos tortuosos que vedam quase completamente o seu acesso simbolizam as provas e dificuldades pelas quais deve passar todo aquele que pretende chegar até o “centro de si mesmo”, ou seja, a consciência superior. O simbolismo do labirinto está ligado ao simbolismo da espiral. Nesse sentido, o centro, ou ponto inicial interno da espiral, representa o princípio único, imóvel. As curvas da espiral simbolizam o universo manifestado em constante movimento.

f.: Pellegrini, L. (1995). Dicionário de Símbolos Esotéricos. São Paulo: Editora Três.

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Em todas as culturas, o labirinto tem o simbolismo de representação confusa da consciência matriarcal, do inconsciente e este universo só pode ser transposto por aqueles que encontram-se preparados para fazer uma jornada ao universo do inconsciente coletivo. Seu acesso portanto, só é viável ao iniciado que conhece de forma antecipada os planos, uma vez que o seu centro é reservado à ele. O labirinto conduz o homem ao seu próprio centro interior. (f.: Eliade, M. (2007). Dicionário de Símbolos. Trad. Márcia Naida. Disponível em l.ext.. Acessaem 17 maio 2013.)

F. Robert

Diz um mito que Teseu, para comemorar a morte do Minotauro, instituiu uma festa contendo uma dança que imitaria/reproduziria os circuitos (periodoi) e saídas (diexodoi) do Labirinto, segundo um movimento (rythmos) com aternâncias (parallaxeis) e desdobramentos (anélixeis). Talvez tenha ocorrido o contrário: o mito do labirinto foi inventado para explicar a Dança, que teria significado lustral e servia para purificar um local de culto. Homero também descreve uma dança representada no escudo de Aquiles /34-5/.


(f.: Robert, F. (1988). A religião grega. São Paulo: Martins Fontes. Trad.: Antonio de Padua Danesi.)
ENCYCLOPAEDIA V. 51-0 (11/04/2016, 10h24m.), com 2567 verbetes e 2173 imagens.
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