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Terra


index do verbete
Piet Mondrian. Trabalhando a terra. 1898. Clique no link para ver a imagem em tamanho maior:rel://files/at-work-on-the-land-1898.jpg


resumo

Terra: Ouros, Touro Virgem e Capricórnio, yin, Dionisíaco, Gnomos, (tipo clássico de personalidade /vide Os 4 humores/) melancólico, (tipologia de Jung) sensível, (tipologia de Riemann) compulsivo, sólido, frio e seco, corpo, vida material, materialidade, Quadrado, (na carta mundo) Cavalo, Outono, do ocaso à meia-noite, velhice (v. Ancião)

Terra. Senso prático, solidez, sagacidade, diplomacia. Cautela. tendência a suspeitar dos mais brilhantes.

hl

Created sábado 21 agosto 2010
Feminino, passivo, obscuro. Útero. Sepultura; figura ambivalente da Grande Mãe, fonte de vida e perigos; opõe-se ao céu de quem foi apartada (metade do mundo). Doçura, submissão, firmeza, fecundidade. ~hl

chevalier & Gheerbrant

Os quatro elementos são representados tradicionalmente por linhas com variações ornamentais em torno do tema central:



Ouros

Simbolicamente, a terra se opõe ao céu como o princípio passivo ao principio ativo; o aspecto feminino ao aspecto masculino da manifestação; a obscuridade à luz; o yin ao yang; Tamas (tendência descendente) a Sattva (tendência ascendente); e densidade, fixação e condensação à natureza sutil, volátil, à dissolução.

Segundo o I Ching, a terra é o hexagrama K'un, a perfeição passiva, recebendo a ação do princípio ativo, K'ien. Ela sustenta, enquanto o céu cobre. Todos os seres recebem dela o seu nascimento, pois é mulher e mãe, mas a terra é completamente submissa ao princípio ativo do Céu. O animal fêmea tem a natureza da terra. Positivamente, suas virtudes são doçura e submissão, firmeza calma e duradoura.

É necessário acrescentar a humildade, etimologicamente ligada ao húmus, em direção ao qual a terra se inclina e do qual foi modelado o homem.

A terra é a substância universal, Prakriti, o caos primordial, a prima materia separada das águas, segundo o Gênesis, levada à superfície das águas pelo javali de Vixenu; coagulada pelos heróis míticos do xintoísmo; matéria de que o Criador molda o homem. A terra é a Virgem penetrada pela lâmina ou pelo Arado, fecundada pela Chuva ou pelo Sangue, o Sêmen do céu. Universalmente, a terra é uma matriz que concebe as fontes, os minerais, os metais.

A terra é “quadrada”, determinada pelos seus quatro horizontes. O império chinês é também quadrado, dividido em quadrados e representado, no seu centro, pelo quadrado do ming-t'ang.

A terra simboliza a função maternal: Tellus Mater. Dá e rouba a vida. Prostrando-se sobre o solo, Jó exclama: Nu saí do seio materno, nu para lá retornarei, identificando a terra-mãe com o colo materno.

Identificada com a Mãe, a terra é um símbolo de fecundidade e regeneração. Dá à luz todos os seres, alimenta-os, depois recebe novamente deles o germe fecundo. Seguindo a Teogonia de Hesíodo, a terra (Gaia) pariu até o Céu (Urano), que deveria cobri-la em seguida para fazer nascerem todos os deuses. Estes imitaram essa primeira hierogamia (hiero = sagrado, divino; gamia) , depois os homens, os animais; revelando-se à terra como a origem de toda a vida, foi-lhe conferido o nome de Grande Mãe.

Há enterros simbólicos, semelhantes à imersão batismal, seja para curar e fortificar, seja para satisfazer a ritos iniciáticos. A idéia é sempre a mesma: regenerar pelo contato com as forças da terra, morrer para uma forma de vida, para renascer em uma outra forma.

Das Águas, que também dão origem às coisas, distinguimos a terra, pelo fato de as Águas precederem a organização do Cosmo, e a terra produzir as formas vivas. As Águas representam o conjunto do que é indiferenciado, a terra, os germes das diferenças. Os ciclos aquáticos envolvem períodos mais longos que os ciclos telúricos na evolução geral do Cosmo.

A terra fértil e a mulher são freqüentemente comparadas na literatura: sulcos semeados, o lavrar e a penetração sexual, parto e colheita, trabalho agrícola e ato gerador, colheita dos frutos e aleitamento, o ferro do arado e o falo do homem. Quando as mulheres grávidas atiram sementes nos sulcos enriquecem as colheitas, pois são fonte de fecundidade. Vossas mulheres, diz o Corão, são para vós como os campos (11, 223). Foi em um sulco semeado que, na primavera, Jasão uniu-se a Deméter (Odisséia).

No Japão, a terra é simbolicamente carregada por um Peixe enorme; na Índia, por uma Tartaruga; entre os ameríndios, por uma Serpente; no Egito, por um Escaravelho; no sudoeste da Ásia, por um Elefante etc. Os terremotos são explicados por movimentos súbitos desses animais geóforos, que correspondem a fases de evolução.

A denominação de Terra Santa se aplica, para os judeus e os cristãos, à Palestina; mas é evidente que ela admite homólogos em outras tradições ou recebe outros nomes, tais como: Terra dos Santosos Bem-Aventurados, Terra de Imortalidade etc. Em todos os casos, trata-se de centros espirituais, correspondendo ao Centro do mundo particular a cada tradição, o próprio reflexo do Centro primordial ou do Paraíso terrestre. A isso podemos relacionar a Terra prometida, objetivo de uma busca que também é de ordem espiritual, e ainda a Terra negra (Kemi) dos egípcios, cujo caráter principal não deixa dúvida alguma. A Terra prometida é um dos pólos do espírito (Dante), como Canaã para os hebreus, Ítaca para Ulisses, a Jerusalém celeste para os cristãos... A Terra pura corresponde, para Platão, ao que imaginamos como a Terra Santa.

Mas a terra definitiva não é estranha à das origens. Esta não abandona seu caráter sagrado. Assim, quando um grupo quer regenerar-se espiritualmente, pratica uma espécie de retorno à terra natal.

Com esse caráter sagrado, esse papel maternal, a terra intervém na sociedade como garantia dos juramentos. Se o juramento é o elo vital do grupo, a terra é mãe o sustento de toda sociedade.

Numa “psicogeografia” dos símbolos, em que a superfície plana da terra representa o homem como ser consciente; o mundo subterrâneo, com seus demônios e seus monstros ou divindades malevolentes, figura o subconsciente; os cumes mais elevados, mais próximos do céu, são a imagem do supraconsciente. Toda a terra se torna, assim, símbolo do consciente e de sua situação de conflito, símbolo do desejo terrestre e de suas possibilidades de sublimação e de perversão. É a arena dos conflitos da consciência no ser humano.
ENCYCLOPAEDIA V. 51-0 (11/04/2016, 10h24m.), com 2567 verbetes e 2173 imagens.
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